domingo, 1 de fevereiro de 2015

Perdas se multiplicam no campo após três anos de estiagem no MA

Edição do dia 01/02/2015 01/02/2015 08h45 - Atualizado em 01/02/2015 08h45 Perdas se multiplicam no campo após três anos de estiagem no MA No norte do Maranhão choveu apenas 17 milímetros em janeiro. A média para o mês é de 242 milímetros. Sidney Pereira São Bento, MA
No nordeste do país, os agricultores esperam pela chuva que ainda não veio. Na região norte do Maranhão já são mais de três anos de estiagem e as perdas no campo se multiplicam. As inundações sempre fizeram parte do ciclo natural da região. As cheias, no inverno, formam um pantanal, com vinte mil quilômetros quadrados, em pleno nordeste. De três anos pra cá o regime de chuvas mudou e a região virou um imenso deserto. “Não está chovendo porque o nosso principal sistema meteorológico, causador de chuvas no setor norte do Maranhão, chama-se Zona de Convergência Intertropical. Essa zona, que é uma faixa de nuvens, se desloca ao longo do ano, só que as condições de 2012, 2013 e 2014 não foram favoráveis, fazendo com que não chova”, explica Gunter Reschke, meteorologista. As lavouras do agricultor Raimundo Costa se perderam. “Colhi o arroz, mas quando chegou n época de plantão a mandioca, o feijão, a melancia, não deu”, conta. Com as canoas fincadas na lama, a pesca se tornou uma atividade arriscada. À medida que a estiagem vai se prolongando, mais aumenta a aflição dos ribeirinhos. Aí é preciso revirar o fundo lamacento dos riachos em busca de alimento. A trabalhadora rural Joana Silva vasculha a água suja para capturar os peixes que agonizam, sem oxigênio. Os vaqueiros usam a força dos braços pra salvar o gado que morre de fraqueza. Muitas vezes é preciso tocar os animais por horas a fio, em busca de um rio que ainda não secou. É o que fazem os vaqueiros na zona rural de Viana, no norte do Maranhão, um dos municípios mais castigados pela falta de chuvas. Alguns animais sentem tanta sede e quando encontram água, bebem tanto, que não suportam o próprio peso. Caem e nunca mais se levantam. tópicos: Economia, Maranhão

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