sábado, 2 de fevereiro de 2013

Agronegocio

Agronegocio Rebanho bovino diminuiu 2% em Mato Grosso
O rebanho de bovinos diminuiu para 28,6 milhões de cabeças em Mato Grosso. O crescente abate de fêmeas, a descapitalização dos produtores e a transferência da pecuária para a agricultura são os fatores responsáveis pela queda de quase 2% no número de animais. O levantamento anterior divulgado pelo Instituto de Defesa AgropecuáriRea do Estado de Mato Grosso (Indea-MT) apontava que o estado tinha 29,1 milhões de cabeças. A redução é de 522 mil animais. Assim como o número de animais, o índice de vacinação do rebanho contra a febre aftosa também foi menor. O estado vacinou 99,35% dos animais, resultado aquém do índice atingido em 2011, quando 99,5% foram vacinados. A redução no percentual é consequência das chuvas em algumas regiões que dificultaram o manejo dos animais ou a comunicação ao Indea. Apesar de ter um rebanho menor que o esperado, o abastecimento de carne não deverá ser afetado, bem como os preços que não terão grandes alterações. O estado ainda continua com o maior rebanho do Brasil. É o que afirma o consultor técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Amado de Oliveira. De acordo com ele, o abate de fêmeas dos últimos anos é uma das principais justificativas para a redução da oferta de animais. Em 2012, 46% dos animais abatidos eram fêmeas, em 2011 esta participação foi de 44% e em 2010 era de 34%. O abate desenfreado de fêmeas prejudicou diretamente a criação de bezerros. Além disso, o consultor pontua que a falta de renda do pecuarista impediu investimentos necessários para a renovação das pastagens. Dados da Acrimat revelam que entre os anos de 2008 e 2011 houve uma redução de 3,47% da área pastagem que foi transformada em agricultura, passando de 26 milhões de hectares para 24,9 milhões de hectares. Porém, neste período, o rebanho passou de 26 milhões de animais para 29,1 milhões, o que aponta um ganho de produtividade. Outra razão é a transferência da pecuária para agricultura que a cada dia ganha novos adeptos. No entanto, o economista esclarece que a situação ainda não é preocupante. "O setor acredita que os números deve se estabilizar neste ano. Portanto, não temos problemas com a falta de carne no mercado e nem com os preços", pontua. Mesmo com o otimismo de que o rebanho não terá nova redução, os produtores pedem políticas direcionadas para o setor. "A situação atual serve de alerta que a atividade precisa de mais atenção". Ainda de acordo com o consultor da Acrimat, o pecuarista tem condições de elevar sua produtividade, mas para isso é preciso ter alimento para o boi e estamos falando em pasto. O governo precisa criar linhas de crédito e políticas que amparem os pecuaristas na hora de investir". Sobre a vacinação dos animais, a presidente do Indea, Maria Auxiliadora Rocha Diniz, afirma que os números ainda são positivos. Ela explica que a intensa chuva nas regiões Norte e Médio-Norte em 2012 dificultou em parte o trabalho dos pecuaristas na vacinação, o que explica os índices menores nessas regiões. "O Indea está cumprindo o papel de fiscalizar, notificar e acompanhar a vacinação. O produtor também continua fazendo a sua parte", diz. A imunização contra a aftosa acontece em duas etapas em Mato Grosso. A primeira em maio, para animais abaixo de 24 meses, e a segunda em novembro para todo o rebanho. Quem não respeita o calendário pode ser penalizado com multa, cujo valor chega a 2,25 Unidades de Padrão Fiscal (UPF) por cabeça não vacinada. Além disso, técnicos do Indea vão à propriedade para realizar a vacinação compulsória. G1

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