sábado, 16 de fevereiro de 2013

Medidas ajudam empresas da região

Abrir um negócio na América Latina ou no Caribe pode levar 71 dias, em média. Os trâmites para pagar impostos, 497 horas. Nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo de nações de alta renda, o mesmo negócio seria aberto em 12 dias e os impostos, pagos em 186 horas. Os dados fazem parte do relatório O Desafio da Promoção de Empresas Sustentáveis na América Latina e no Caribe: uma Análise Regional Comparativa, divulgado hoje (15) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Segundo a organização, esses fatores fazem parte de uma cadeia de gestão, que acaba comprometendo a produtividade e a competitividade dos produtos latino-americanos e caribenhos – questões estruturais na região, que devem ser combatidas por meio de políticas econômicas, sociais e ambientais. “As empresas devem ter uma perspectiva holística, equilibrada e integrada do desenvolvimento, que difere da ideia empresarial que concebe as empresas como uma relação entre insumo e produto, dedicadas exclusivamente a maximizar o lucro no curto prazo”, informou o relatório. A preocupação com os objetivos de médio e longo prazo é característica fundamental para que as empresas sejam sustentáveis, segundo a avaliação da OIT. De acordo com a organização, o empresariado deve se preocupar com 17 condições de sustentabilidade, agrupadas de acordo com o contexto econômico, político, institucional, social ou ambiental. DESAFIO A OIT apontou que o maior desafio da região é a competitividade. A região está em desvantagem em relação a outros países no que tange à exclusão social, à economia informal e à proteção social dos trabalhadores – fatores que acabam comprometendo o desempenho de uma empresa em relação a concorrentes. “Temos que fazer mais pelo desenvolvimento de empresas geradoras de empregos de qualidade, que sejam sustentáveis e viáveis, com acesso a mercados e financiamento, com facilidades para atuar na economia formal, porque esse é um dos principais caminhos para impulsionar o crescimento econômico e avançar no desenvolvimento”, disse, em nota, a diretora da OIT para a América Latina e o Caribe, Elizabeth Tinoco. Outros pontos que também comprometem a sustentabilidade empresarial são o contexto de corrupção, a insegurança e a violência, que podem dificultar a prosperidade de um negócio e o investimento. Em relação ao meio ambiente, a dependência da região de recursos naturais, a vulnerabilidade às mudanças do clima, o impacto de desastres naturais, o desflorestamento e a contaminação do solo e da água são fatores com os quais empresas devem se preocupar. O empresariado na região, segundo a OIT, é majoritariamente formado por autônomos e pequenos empresários. Cerca de 66,5% de todas as empresas têm essas características, 20% são pequenas e médias e 13,5%, grandes. No total, há aproximadamente 11 milhões de negócios na América Latina e no Caribe. O setor privado emprega a maioria das pessoas, 79% do total. O conceito de empresa sustentável está relacionado ao de desenvolvimento sustentável – forma de progresso que satisfaça as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas. Em Goiânia, uma construtora que emprega cerca de 150 pessoas adota diversas medidas que tornam a empresa sustentável. O negócio tem cinco certificações: qualidade e produtividade, gestão da qualidade, gestão ambiental, gestão da saúde e da segurança do trabalho e de responsabilidade social. De acordo com o gestor de obras da Pontal Engenharia, Wesley de Andrade, o custo de produção da empresa aumentou em um primeiro momento, mas a economia, gerada por meio das medidas de sustentabilidade adotadas, tornaram o negócio mais competitivo. “Ampliamos o conceito de qualidade. Além da preocupação de termos um bom produto para o cliente, entendemos que deve haver qualidade com o meio ambiente, a saúde, a segurança e a responsabilidade social. É trabalhoso, mas não tão complicado”, informou o engenheiro civil. Segundo Wesley, a empresa chegou a um denominador comum dos interesses das partes envolvidas no processo. Como todos têm interesses, foi adotado um equilíbrio aceitável e negociado entre os envolvidos – o cliente, o meio ambiente, a comunidade, o Poder Público e, principalmente, os trabalhadores, por quem passa toda a riqueza e os bens entregues aos clientes. Por: CAROLINA SARRES Fonte: Da Agência Brasil – Brasília

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