quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Produção de soja da Argentina deve ficar perto de 50 mi/t

Buenos Aires, 07 - Apesar do clima seco, a produção argentina de soja em 2012/13 provavelmente ficará em torno de 50 milhões de toneladas, ultrapassando em 25% o volume previsto para 2011/12, informou nesta quinta-feira a Bolsa de Cereais de Buenos Aires em um relatório semanal. A estimativa é a primeira feita pela bolsa, que fornece o levantamento privado mais aguardado do país. A safra anterior foi estimada pela bolsa em 39,9 milhões de toneladas, abaixo das 40,1 milhões de toneladas apontadas pelo governo. A maior safra já colhida pela Argentina foi de 52,7 milhões de toneladas no ciclo 2012/13. Produtores expandiram as lavouras de soja nesta temporada e as chuvas durante a primavera e o início do verão alimentaram expectativas de uma produção recorde. Contudo, o clima quente e seco em janeiro prejudicou parte das plantações e os agricultores temem que mais precipitações sejam necessárias para minimizar uma potencial perda de produtividade. O cultivo da oleaginosa está praticamente concluído e a colheita deve começar em março. A previsão atual 'reflete a deterioração de um alto porcentual de lavouras nas últimas semanas e o atraso do plantio em muitas áreas' devido às inundações no início da temporada, justificou a bolsa. Andres Rosenberg, que cultiva grãos e cria gados 1.100 hectares em Entre Rios e 720 hectares em Buenos Aires, conta que as plantações de soja se desenvolvem bem na primeira província, mas sofrem prejuízos na segunda. A previsão de chuvas para o último fim de semana não se concretizou e as suas lavouras em Buenos Aires não receberam sequer uma gota de água. A produtividade na área semeada na província provavelmente terá uma queda de 15% a 20%, afirma Rosenberg. 'Estamos preocupados e não há nada que possamos fazer', disse ele. Para próxima semana, espera-se um clima mais úmido no extremo norte do cinturão produtor, mas a importante região central deve receber menos de 10 milímetros de chuvas, de acordo com a bolsa. Isso pouco aliviará os temores em relação à seca. A Argentina é o terceiro principal exportador de soja em grão do mundo, perdendo apenas para o Brasil e os Estados Unidos. Preocupações com a falta de umidade no país recentemente impulsionaram os preços globais. O mercado mundial conta com uma produção volumosa na América do Sul para atenuar o aperto do estoque mundial, depois de quebras consecutivas na última temporada. Milho O plantio de milho acaba de ser finalizado na Argentina e as áreas enfrentam os mesmos desafios que a soja por causa da seca. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires agora prevê que 3,7 milhões de hectares tenham sido destinados ao cereal na safra 2012/13, mais que os 3,4 milhões de hectares projetados na semana passada. Analistas privados esperam que a produção argentina de milho alcance entre 26 milhões e 28 milhões de toneladas nesta temporada, ante 21 milhões de toneladas em 2011/12. As informações são da Dow Jones.

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