terça-feira, 23 de abril de 2013

Apresentado estudo para construção de ferrovia Mato Grosso-Pará

Apresentado estudo para construção de ferrovia Mato Grosso-Pará 23/04/2013 11:27 A Assembleia Legislativa concluiu o estudo para apresentar uma alternativa de escoamento da produção de Mato Grosso, que resultaria em melhoria na logística do Estado e consequentemente, o colocaria no caminho do desenvolvimento. O estudo prevê a construção da Ferrovia MT/PA, interligando o município de Água Boa até o Porto de Espadarte (PA) – que está em construção -, em trajeto de 1.860 Km. Outro ponto positivo elencado no projeto é o resgate do Araguaia para a produção estadual. O projeto já foi apresentado ao governador Silva Barbosa (PMDB) e deve ser discutido, nesta quarta-feira, com o governador do Pará Simão Jatene (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa (Alepa), Márcio Miranda (DEM) e demais autoridades. “Há dois anos iniciamos a discussão em nosso gabinete e defendemos que Mato Grosso não pode ficar preso a um projeto ferroviário nacional. O Estado tem dimensão e viabilidade de implantar um projeto próprio. Temos tradição na agricultura, que começou nos anos 80 e que inicialmente, se aportou no Chapadão do Parecis, mudou para a BR-163 e agora, só não enxerga quem não quer, vai mudar para o Araguaia, indo até o Pará. Estudamos levar a Ferrovia de Água Boa até Espadarte (PA), que tem o quinto maior calado do mundo, com 25 metros de profundidade. Santos (SP), por exemplo, tem apenas 13 metros. Com esta ferrovia, a realidade de Mato Grosso muda, começaremos a ser mais competitivos, pois teremos a logística”, observou o deputado José Riva (PSD). A ferrovia é iniciada em Água Boa, distante 740 km de Cuiabá, acompanha a BR-158, passa por Marabá (PA) e chega a Espadarte (PA). Ao todo, 20 municípios de Mato Grosso e Pará receberão o traçado ferroviário. De acordo com o assessor parlamentar da presidência da Assembleia Legislativa, Nelson Salim Abdalla, a Ferrovia MT/PA é uma alternativa para a transformação da logística do Estado. “Com certeza, essa obra é viável e representará a mudança no fluxo de caminhões no Brasil. Todos atualmente descem pelo Sul, não tem Estado que aguente este grande tráfego, por isso está asfixiando a logística do país. Este novo projeto fará com que Mato Grosso tenha um corredor de alto desenvolvimento”, explicou. Abdalla acrescenta que a obra para o Estado é fundamental, e resultará em alteração no fluxo de caminhões no Brasil. “Vai virar o país de cabeça para baixo, resolvendo o problema de transporte do Brasil. A última fronteira agrícola de Mato Grosso é o Araguaia e o nosso Estado deixará de ser o fim de linha, para ser um polo na produção”, afirmou. Ao fazer uma análise sobre as alternativas de exportação atualmente no país, Nelson argumenta que estas são praticamente inexistentes, pois estão longe de todos os portos, que em sua maioria não tem grande profundidade. “A Ferronorte, por exemplo, vai para o Sul, onde os portos estão abarrotados, com 30 km de fila para descarregar caminhões. A BR-153 leva ao Porto de Santarém, onde recepciona navio de até 18 mil toneladas, o que é pouco, pois o Porto de Espadarte prevê chegada de navios com possibilidade de transporte de 500 mil toneladas. O de Mirutuba (PA), no começo da Transamazônica, também está em construção e será limitado”, exemplificou. Enquanto o Porto de Santarém exportou 900 mil toneladas em 2011, o Porto de Espadarte terá capacidade para exportar três milhões de toneladas anualmente. “Além disso, a Ferrovia MT/PA minimiza as questões ambientais em função da ligação com o Santarém passar por 11 milhões de hectares de parques nacionais. A nova proposta facilita o escoamento dos grãos, exportação dos adubos e agrotóxicos e retorno dos insumos. Atualmente, é necessário dar a volta no Brasil para escoar, encarecendo os custos para os produtores”, alertou o assessor parlamentar. O projeto de ferrovia beneficia diretamente e indiretamente mais de dois milhões de pessoas, resgata o Araguaia, fomenta o incremento da produção agrícola, ocupa áreas antropizadas e a sua construção é barata. Mato Grosso planta anualmente, nove milhões de hectares de grãos. Nas áreas de influência, o Pará tem a possibilidade de implementar mais de 30 milhões de hectares na produção, o que representa desenvolvimento para o país. O estudo também mostra que futuramente, Água Boa terá interligação com a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), que liga Goiás à Rondônia e é de responsabilidade do Governo Federal. Grupos russos, americanos e chineses já conheceram o estudo da Ferrovia MT/PA e mostraram interesse em executar a obra. Após a apresentação da proposta para as autoridades do Pará será finalizado o projeto de Parceria Público-Privada (PPP) e realização do estudo de viabilidade para o início das obras. Fonte: Assessoria (foto: assessoria)

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