terça-feira, 9 de abril de 2013

Caos no porto de Santos não é culpa da superssafra", diz Cargill

Escrito por iG Empresa diz que limite do terminal de São Paulo já foi atingida antes da colheita deste ano Ter, 09 de Abril de 2013 08:26 A superssafra da soja está sendo apontada injustamente como a origem no colapso do transporte de grãos ao porto de Santos, afirmou nesta terça-feira (2) o diretor de portos da Cargill, Clythio Buggenhout, que opera o terminal de grãos do Guarujá, no litoral paulista. O executivo participa nesta terça-feira (2) da Intermodal South America, evento que acontece em São Paulo. "Do total de caminhões que chegam para descarregar mercadorias no terminal, 30% transportam grãos e 70%, outras commodities", aponta o executivo. De acordo com ele, o limite do terminal foi atingido em 2011, antes da supersafra. Como exemplo do caos na acessibilidade ao porto de Santos, Buggenhout cita a atuação de agentes privados nas rodovias para controlar o tráfego de caminhões rumo ao terminal no Guarujá, na ausência de agentes públicos.>>> Perda de competitividade O presidente da Associação de Comércio Exterior no Brasil (AEB), José Augusto Castro, classifica a situação atual como "apagão logístico", que é agravada pelo aumento nos custos do transporte e pelo encalhe de mercadorias para exportação.Como resultado, o País tem perdido competitividade no mercado internacional. No último relatório da Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brasil ocupava a 22ª posição no ranking mundial de exportadores em 2011, mesmo sendo a sétima economia mais rica do mundo. Para Castro, a ineficiência operacional e os elevados custos do transporte – que aumentaram em 30% com o recente agravamento da crise nos portos – estão afastando o país da globalização industrial. A infraestrutura nos portos deveria ser planejada em conjunto com rodovias e ferrovias, segundo ele. A associaçao pondera que a crise não é eterna e, se houver uma política integrada para criar infraestrutura portuária, o Brasil pode ser amplamente beneficiado no mercado externo. "O crescimento econômico e o êxodo rural na China e Índia reduzirão a produção de alimentos neste países, gerando maior necessidade de importação de nossas commodities", diz. Portos 24 horas O presidente da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegários (Abtra), Luis Augusto Ópice, defende que, para ser mais ágil, o transporte de cargas nos portos deveria funcionar 24 horas por dia, 365 dias por ano, e não apenas em horário comercial. "Se houver um processo integrado, funcionando sem parar, boa parte da carga encalhada poderá fluir, especialmente durante a noite, quando as rodovias têm baixíssima taxa de ocupação", sugere o executivo. Ópice também diz acredita que, para solucionar a crise logística nos portos brasileiros, investir apenas em infraestrutura não é suficiente. "Falta rever questões tributárias e aumentar a capacidade das plataformas para receber cargas cada vez maiores, com o crescimento dos navios", declarou. Entre 1996 e 2012, a participação do Brasil no comércio exterior subiu de US$ 100 bilhões para US$ 465 bilhões. No ano passado, a movimentação de cargas nos portos brasileiros cresceu 2,03%, totalizando 904 milhões de toneladas de mercadorias transportadas.

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