terça-feira, 7 de maio de 2013

Azevêdo pretende ressuscitar OMC com diplomacia paciente

Azevêdo pretende ressuscitar OMC com diplomacia paciente terça-feira, 7 de maio de 201 Por Alonso Soto e Anthony Boadle BRASÍLIA, 7 Mai (Reuters) - Roberto Azevêdo, escolhido nesta terça-feira para dirigir a Organização Mundial do Comércio (OMC), é em todos os aspectos a essência do diplomata brasileiro: um negociador bem articulado, competente e suave, com um talento especial para convencer os seus adversários. Diplomata de carreira, com duas décadas de experiência em lidar com disputas comerciais, Azevêdo precisará mais do que nunca dessas qualidades para vencer as diferenças entre as nações desenvolvidas e em desenvolvimento, caso queira reiniciar as negociações comerciais globais paralisadas e dar vida nova à OMC em Genebra. É uma tarefa enorme. Com a economia mundial ainda em dificuldade, o protecionismo está em ascensão e a fé no livre-comércio, e na própria OMC, está enfraquecida em muitos países. Azevêdo construiu sua carreira advogando para um país com antecedentes pouco impressionantes na defesa do livre-comércio. O Brasil é a mais fechada das grandes economias das Américas, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), e desempenhou um papel fundamental ao descarrilar as negociações na última década para criar uma área hemisférica de livre-comércio. Mas Azevêdo insiste que as políticas comerciais do Brasil, frequentemente criticadas, não vão influenciar suas ações como diretor-geral da OMC, quando assumir o cargo no lugar do francês Pascal Lamy em 1º de setembro. "Como diretor da OMC, eu não estarei representando o Brasil", disse à Reuters na semana passada. A postura do Brasil nas negociações comerciais globais, que os críticos muitas vezes descrevem como obstrucionista, frequentemente colocaram o país em desacordo com os Estados Unidos e a União Europeia. Mas essa mesma postura foi aplaudida no mundo em desenvolvimento, onde a candidatura de Azevêdo para a OMC teve amplo apoio. Azevêdo, de 55 anos, esteve intimamente ligado à OMC desde sua criação, em 1995, e é visto como um homem que conhece a entidade por dentro, o que ele considera um trunfo para os esforços de restaurar a relevância do organismo multilateral de comércio.

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