domingo, 9 de junho de 2013

Em Mato Grosso do Sul, Ibama autoriza captura e abate de javalis

Em Mato Grosso do Sul, Ibama autoriza captura e abate de javalis Fonte: Correio do Estado em 09 de Junho de 2013 Com o objetivo de controlar a espécie e evitar o cruzamento com o porco doméstico, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) autorizou a captura e o abate de javalis. A proliferação de javalis tem trazido ao longo dos últimos anos prejuízos aos produtores de milho das regiões Sul e Centro-Oeste. Em Mato Grosso do Sul o maior número de ataques tem ocorrido no município de Rio Brilhante. Somente na safra do ano passado os agricultores acreditam que as perdas tenham chegado perto de R$ 1,5 milhão. Os animais derrubam os pés das plantas e depois se alimentam das espigas. A decisão do Ibama torna mais fácil o abate dos javalis, mesmo assim existe uma cartilha a ser respeita e a primeira regra é um cadastramento que o produtor rural precisa fazer junto ao órgão. A ação ficou menos burocrática porque, anteriormente, só era permitido o abate sanitário com o acompanhamento direto de fiscais de órgãos ambientais. Conforme o chefe regional do Ibama de Dourados Donizete de Mattos, existem passos a serem a seguidos antes de iniciar o procedimento. "O produtor rural que é o proprietário do imóvel deve ter acesso ao sistema online do Ibama, fazer o seu cadastro técnico federal e aí se cadastrar na categoria específica para fazer o combate e o controle dessa espécie invasora exótica que é o javali", afirmou. Mattos alerta, no entanto, para o respeito às normas contidas na autorização evitando, por exemplo, usar armadilhas para a caça "A armadilha é bem problemática, tendo em vista que poderá ocasionar maus tratos e isso não pode acontecer. Quanto a arma de fogo, tem que estar com esta arma registrada devidamente, obedecendo a legislação federal que determina isso", acrescentou. Ainda segundo o chefe regional do Ibama, a norma proíbe o transporte de animais vivos e a comercialização da carne. "Ele não pode fazer o transporte do animal, salvo com autorização específica, se for necessário. Não pode fazer o transporte, não pode fazer a doação e não pode fazer a venda desta carne. Se o produtor não tomar os cuidados necessários com estas determinações, poderá responder por crime ambiental", finalizou Mattos. Poucos resultados Apesar da portaria os produtores rurais consideram que na prática, pelo menos em relação a atual safra de milho, que está em fase de colheita, os resultados práticos foram poucos. No município foram plantados na safra de inverno cerca de 80 mil hectares da cultura e as perdas por causa da ação dos javalis podem chegar a 3%. A maior reclamação é sobre o rigor da portaria que permite o abate. "As regras para a caça e o abate são muitos complicadas. Não é todo mundo que consegue porte de armas e que tem as armas adequadas", afirmou engenheiro agrônomo Zacarias Osmari, gerente de uma fazenda em Rio Brilhante. Conforme Osmari a situação é preocupante porque além das regras específicas, o javali é um animal difícil de ser capturado, ataca as lavouras durante o período noturno e com bastante agilidade. "Eles são selvagens e se escondem com muita rapidez na plantação", acrescentou o engenheiro agrônomo.

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