terça-feira, 18 de junho de 2013

O campo está exposto” - Segurança do Trabalho é deficiente, diz especialista

O campo está exposto” - Segurança do Trabalho é deficiente, diz especialista “O campo está exposto” - Segurança do Trabalho é deficiente, diz especialista 18/06/13 por Leonardo Gottems Em tempos de safras recorde, abundância de produção e altos ganhos nas principais culturas brasileiras, um aspecto é praticamente desconhecido do público e pouco tratado mesmo dentro do agronegócio – a segurança do trabalho no campo. Não há sequer estatísticas atualizadas e comprovadas, mas projeções extra-oficiais estimam que cerca de 150 mil trabalhadores são expostos anualmente a agroquímicos, e destes, três mil pessoas acabam morrendo. O Portal Agrolink inicia nesta terça-feira (18.06) uma série especial sobre o tema, ouvindo o engenheiro agrônomo e de segurança do trabalho Lino Hamann, diretor da Elo Engenharia. “Se a segurança do trabalho e a saúde ocupacional dos trabalhadores brasileiros é deficiente de uma forma geral, imaginem no campo. A fiscalização não chega e os responsáveis, seja por desinformação ou por negligência, não a praticam”, aponta Hamann. Segundo ele, 270 milhões de pessoas são vítimas de acidentes e contraem doenças ocupacionais no mundo, e nada menos que 2,2 milhões vão a óbito. No Brasil o número atinge a casa dos 1,3 milhão de afetados pela falta de observância das normas. Morrem em torno de duas mil, perdendo apenas para a China, com 14 mil, Estados Unidos (cinco mil) e Rússia (três mil). “No campo, onde as estatísticas são precárias ou inexistentes, os números são baixos porque simplesmente não é feita a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), que é obrigatória, segundo as Normas do Ministério e Emprego”, salienta o engenheiro. “Os dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) são ainda da década de 90, mas projetam que as intoxicações por agrotóxicos equivalem a 1% da população exposta, com 1 óbito para cada 50 casos”. “Todas as atividades rurais são suscetíveis a riscos diários. A exposição a acidentes de trabalho e doenças ocupacionais não acontecem apenas com quem lida com químicos. Há máquinas, equipamentos, energia elétrica, armazenagem, trabalho em altura, condições ambientais, convivência com animais (muitas vezes doentes), exposição a insetos e micro-organismos – pois se está em contato com água contaminada e matéria em decomposição. Mas um dos grandes problemas é a armazenagem de produtos tóxicos – são guardados junto a alimentos, água, animais e até na própria residência da família”, explica. “O campo está a descoberto. Carece de maior atenção das autoridades. As grandes empresas estão atualizadas, porque a fiscalização é constante, e os empresários são mais conscientes. Mas olhando para a massa de trabalhadores rurais, a situação descamba. O campo precisa de mais atenção à segurança do trabalho”, conclui Lino Hamann. Veja amanhã: Causas e origens da falta de segurança do trabalho no campo Agrolink Autor: Leonardo Gottems

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