Plano Safra prevê recursos de R$ 25 bilhões para setor de armazenagem

Plano Safra prevê recursos de R$ 25 bilhões para setor de armazenagem 09/06/2013 Serão destinados R$ 136 bilhões para o plano 2013/2014. Houve aumento de 18% nos recursos em relação ao ano passado. Os dois principais planos da agricultura brasileira foram anunciados essa semana em Brasília. Há novidades no plano agrícola e pecuário para 2013 e 2014, que atende à chamada agricultura empresarial. No novo Plano Safra, houve aumento dos recursos e redução de juros em relação ao plano anterior. Ao todo, serão destinados R$ 136 bilhões para o setor, com aumento de 18% em relação ao ano passado. Deste total, R$ 97,6 bilhões vão para custeio e comercialização. Os juros variam de 3,5% a 5,5% ao ano. Para operações de investimento serão liberados R$ 38,4 bilhões. Esse item traz algumas novidades, como verba específica para financiamentos em irrigação, com os juros de 3,5% ao ano, e também para armazenagem, com previsão de R$ 25 bilhões e taxa de juros de 3,5% ao ano. “Já existiam financiamentos para armazenagem. A iniciativa quando corre de uma atividade é porque ela não é rentável. Tinha um juro inadequado, um prazo inadequado e uma carência inadequada“, diz Kátia Abreu, presidente da CNA. Para se ter uma ideia do problema da armazenagem basta comparar com os Estados Unidos, os maiores produtores de grãos do mundo. Naquele país a capacidade de guardar a safra é 20% maior do que a produção. No Brasil, os armazéns só conseguem estocar 78% da produção. O estado de Mato Grosso, maior produtor do país, produz um quarto da safra nacional de milho e soja. O agricultor Milton Ceolato começou a colheita nos 900 hectares de milho safrinha da propriedade do agricultor, em Sinop. A safra será boa e a preocupação do agricultor é saber onde guardar os grãos. “Vai ter que esperar uma melhora para frente”, diz. Esse ano, devem sair aproximadamente 40 milhões de toneladas de grãos, entre milho e soja, das lavouras de Mato Grosso. O problema é a capacidade de armazenagem do estado é para apenas 28 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Em um armazém da região ainda tem soja da safra de verão. Com a produção recorde e a dificuldade em encontrar locais de armazenamento, o agricultor ou precisará vender o grão rapidamente pelo preço do momento ou acabará pagando mais caro para guardar a produção, como explica o dono do armazém, Wilson Posobom. “O armazenador também tem margem pequena e aproveita uma ocasião dessas para ganhar um pouco mais. Vai ficar mais ou menos 20% mais caro em relação ao no ano passado”, diz. tópicos: CONAB, Sinop DO GLOBO RURAL