segunda-feira, 10 de junho de 2013

Produtores rurais da Argentina param comercialização de produtos agropecuários por uma semana

Produtores rurais da Argentina param comercialização de produtos agropecuários por uma semana 10/06/2013 Locaute, que começa no próximo domingo, dia 16, quer chamar a atenção do governo para os elevados custos de produção e alta carga tributária A comercialização de produtos agropecuários na Argentina deverá ser paralisada por uma semana, a partir da zero hora do próximo domingo, 16. O locaute foi anunciado nesta segunda, dia 10, pelo presidente da Federação Agrária Argentina (FAA), Eduardo Buzzi, e quer chamar a atenção do governo para os elevados custos de produção e alta carga tributária. Na terça, dia 11, a paralisação deverá ser ratificada por outras associações que participam da denominada Mesa de Enlace: Sociedade Rural (SRA), Confederações Rurais (CRA) e Confederação Intercooperativa (Coninagro). O locaute vai paralisar as exportações agrícolas em um momento de falta de divisas no mercado de câmbio. Sem financiamento externo, nem atração de investimentos estrangeiros, as únicas divisas que entram na Argentina são provenientes dos embarques, especialmente da soja. O país é líder mundial nas exportações de óleo e farelo de soja e o terceiro em milho. Os agricultores mantêm uma férrea disputa com o governo de Cristina Kirchner desde o início de seu primeiro mandato, em 2008, quando o então ministro de Economia, Martín Lousteau, inventou um mecanismo de alíquotas variáveis para os impostos cobrados pelas exportações, chamado de "retenções móveis". Enviada ao Congresso em junho do mesmo ano, a medida foi derrotada no Senado pelo voto do ex-vice-presidente de Cristina, Julio Cobos, e abriu uma crise no governo. Na ocasião, Cobos era também presidente do Senado e teve que desempatar a votação anunciando que seu voto era "não positivo". Embora a medida não tenha sido aprovada, os produtores e o governo têm mantido uma relação espinhosa desde o episódio. A Casa Rosada acusa os agropecuaristas de conspirar contra o governo, enquanto os produtores reclamam dos impostos ao setor, que reduzem a rentabilidade, e as medidas oficiais que comprometem a competitividade. – Vamos ao locaute para protestar contra as políticas de destruição do campo – disse Buzzi. A medida, segundo o líder ruralista, "é uma resposta a um governo que colocou um dos principais motores da economia Argentina como inimigo". Buzzi afirmou que o protesto não vai afetar o abastecimento doméstico, mas sim os embarques às exportações. O acirramento da disputa ocorre apenas alguns meses antes das eleições parlamentares de outubro, quando o país vai renovar metade da Câmara e um terço do Senado. Também em 2008 houve eleições parlamentares, das quais o governo saiu derrotado, como consequência, entre outros motivos, da briga com o campo. A Mesa de Enlace foi criada naquele ano e os produtores também fizeram um longo locaute que chegou a provocar o desabastecimento no país. O presidente da SRA, Luis Etchevehere, disse ao Broadcast que o locaute será adotado porque o setor tenta uma audiência com a presidente há meses. – Como não tivemos resposta ao longo de 16 meses, decidimos paralisar a comercialização – disse ele. Etchevehere afirmou que os preços aos produtores são os mesmos de três anos atrás, mas a inflação no país é de 25%. Agência Estado

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