quinta-feira, 30 de julho de 2015

Governo bloqueia R$ 2 bilhões do PAC e recursos da Saúde e Educação

30/07/2015 20h15 - Atualizado em 30/07/2015 21h34 Governo bloqueia R$ 2 bilhões do PAC e recursos da Saúde e Educação Valor do corte extra, conforme dito semana passada, é de R$ 8,6 bilhões. Executivo editou decreto detalhando o corte extra no orçamento deste ano. Alexandro Martello Do G1, em Brasília AJUSTE FISCAL Governo corta gastos e sobe impostos entenda efeitos para os brasileiros medidas do ajuste O governo federal publicou nesta quinta-feira (30) decreto presidencial, em edição extra do "Diário Oficial da União", detalhando o contingenciamento adicional de recursos no orçamento deste ano - cujo valor totaliza R$ 8,6 bilhões, dos quais R$ 8,47 bilhões cabem ao Executivo. O anúncio do corte extra foi feito na semana passada, no mesmo dia em que o Executivo revisou para baixo a meta de superávit primário (economia para pagar juros da dívida pública) deste ano de R$ 66,3 bilhões para R$ 8,74 bilhões. De acordo com o Tesouro Nacional, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que já tinha sofrido bloqueio de R$ 25,7 bilhões em maio deste ano, foi novamente alvo do bloqueio de recursos - sofrendo um corte adicional de R$ 2,05 bilhões. O programa foi o que teve o maior contingenciamento adicional. Maiores cortes (em valores) Cortes em R$ milhões -2.055 -1.703 -1.165 -451 -435 -401 PAC Saúde Educação Ciência Fazenda Defesa -2500 -2000 -1500 -1000 -500 0 Fonte: Governo Federal Cortes adicionais Além disso, áreas prioritárias do governo também não foram poupadas. O Ministério da Saúde, por exemplo, sofreu um bloqueio extra de recursos da ordem de R$ 1,7 bilhão em seus gastos correntes (não relacionados com investimentos), informou o Ministério da Fazenda. Foi o segundo maior corte realizado nesta semana. O Ministério da Educação, por sua vez, teve um contingenciamento adicional de R$ 1,16 bilhão nos gastos correntes, informou o Ministério da Fazenda. Mais cedo, nesta quinta-feira, o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, declarou que todas as áreas estão sendo afetadas pelo corte extra que está sendo feito no orçamento federal, inclusive Saúde e Educação, mas observou que os limites mínimos constitucionais estão sendo mantidos. "Todos sofrerão cortes, mas preservando áreas prioritárias para o governo e respeitando sempre os limites constitucionais. Corte proporcional as áreas. Não tem nenhuma pasta especificamente afetada pelo decreto", declarou o secretário do Tesouro a jornalistas. Segundo o Ministério do Planejamento, o contingenciamento nos Ministérios da Saúde e da Educação ficou abaixo da média geral. "No caso da Saúde o contingenciamento foi de 1,31%, enquanto que na Educação representou 2,55%. Cabe ressaltar que o orçamento dessas áreas se mantém acima do mínimo exigido pela Constituição", acrescentou. As emendas parlamentares sofreram um bloqueio adicional de R$ 327 milhões, informou o Ministério do Planejamento. "O bloqueio dos valores primou pela qualidade do gasto público, de modo que não houve um corte linear e alguns Ministérios não foram contingenciados. Também foram consideradas as particularidades de cada política e de cada Órgão, além do ritmo de execução das obras em andamento", informou o Planejamento. Maiores cortes (em %) Cortes em relação ao limite de pagamento anterior. -18,3 -15,1 -14,4 -14,2 -13,9 -12,7 Operações de Crédito Desenvolvimento Agrário Direitos Humanos Igualdade Racial Esporte Pesca e Agricultura -20 -15 -10 -5 0 Fonte: Governo Federal Meta fiscal O corte adicional no orçamento faz parte da estratégia do governo para tentar atingir a meta de superávit primário deste ano. Além disso, também aumentou tributos sobre combustíveis, automóveis, empréstimos, importados, receitas financeiras de empresas, exportações de produtos manufaturados, cerveja, refrigerantes e cosméticos e atuou na limitação de benefícios sociais, como o seguro-desemprego, o auxílio-doença, o abono salarial e a pensão por morte, medidas já aprovadas pelo Congresso Nacional. A equipe econômica trabalha para aumentar o nível de confiança na economia brasileira e também, para que a nota brasileira, concedida pelas agências de classificação de risco, permaneça no chamado "grau de investimento" – que é um tipo de recomendação para investimento. Perdendo essa nota, as regras de vários fundos de pensão de outros países impediriam o investimento no Brasil, o que dificultaria a capacidade de o país, e das empresas do setor privado brasileiro, buscarem recursos no exterior – aumentando subsequentemente os juros destas operações. Governo anuncia revisão da meta fiscal e novo corte de gastos Governo bloqueia R$ 69,9 bilhões em gastos e vê retração de 1,2% no PIB O que acontece se o Brasil perder o grau de investimento? Standard & Poor's muda perspectiva de nota do Brasil para negativa tópicos: Congresso, Economia, Governo Federal, Ministério da Educação, Ministério da Fazenda, Ministério da Saúde, Tesouro Nacional

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