quinta-feira, 30 de julho de 2015

Para produtores, preço alto da cebola não paga perdas e aumento de custos

30/07/2015 09h50 - Atualizado em 30/07/2015 09h50 Para produtores, preço alto da cebola não paga perdas e aumento de custos Empresários de Casa Branca e Rio Pardo reclamam de problemas no cultivo. Mão de obra, preço da energia e valor das sementes elevaram os gastos. Do G1 São Carlos e Araraquara
Apesar do preço alto da cebola, encontrada por quase R$ 7 o quilo em supermercados da região, produtores de Casa Branca (SP) e São José do Rio Pardo reclamam das dificuldades da cultura e dizem que o valor mais elevado não representa lucro. Eles afirmam que o custo de mão de obra subiu, que conseguir crédito está difícil e estimam perdas de até 50% por causa do clima. A gente está diminuindo (...) o plantio por medo de chegar a hora de colher e não ter a mão-de-obra necessária" Luís Trevisan, produtor rural Produtor rural em Casa Branca, Luís Roberto Trevisan dedicou 26 hectares de sua fazenda à cebola, mas não tem certeza se daqui a dois meses terá mão de obra suficiente para a colheita. “Vai usar por volta de 200 a 300 pessoas, depende do clima, e a gente tem que colher isso rapidamente, em no máximo 12 dias”, disse, completando que o tempo curto dificulta a contratação. “Porque o empregado também não quer registrar aqui, registrar ali, ele quer ter uma carteira mais firme”, afirmou. “A gente está diminuindo cada ano mais o plantio por medo de chegar a hora de colher e não ter a mão-de-obra necessária para fazer uma colheita rápida”, desabafou. Ele também relatou que a liberação de crédito está complicada. “Não sei se é a crise, se é a insegurança na economia, não sei o que houve, mas está bem mais difícil do que nos outros anos”.
Quem planta cebola em São José do Rio Pardo também enfrenta problemas. A cidade é uma das responsáveis por abastecer as regiões Sul e Sudeste do país com o produto nesta época do ano, mas a quantidade de chuva na época do plantio, em março e abril, dificultou a preparação do solo e atrasou o processo. Além disso, com o tempo instável, muitos pés não se desenvolveram e em algumas propriedades a quebra chega a aproximadamente 50%. “Você tenta plantar a cebola mais cedo para conseguir um preço melhor e você está confrontando com o clima, né? Então você planta fora um pouquinho da época, você pega chuva demais, e a cebola não gosta de chuva”, disse Claudinei Minuci, presidente da cooperativa de produtores Na 'capital da cebola', somente 20% dos produtores mantêm o cultivo Aguaí, SP, registra queda de até 80% na produção de abacates neste ano Estiagem beneficia as plantações de manga em cidades da região Ministério da Agricultura libera R$ 300 milhões para o seguro rural Ele também listou outros problemas, como o custo da semente, afetado pela alta do dólar, o aumento do preço da energia e o valor pago no óleo diesel, e ressaltou as dificuldades com a mão de obra. “Está ficando muito caro para registrar” Por conta desses problemas, ele reduziu sua plantação de cebola de 40 para 12 hectares, ação tomada por muitos colegas. E, com menos pés plantados, a oferta nos mercados diminui, o que também contribui para a alta nos preços. “Mesmo com a importação não conseguiram baixar o preço da cebola”, afirmou Rodrigo Vieira de Moraes, chefe da Casa da Agricultura em Rio Pardo. “Com o restante da área plantada, acredito que não vão conseguir derrubar o preço da cebola aqui na região”, concluiu. tópicos: Casa Branca, São José do Rio Pardo

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