quinta-feira, 20 de junho de 2013

Informações climáticas promovem o uso racional de água no campo

Informações climáticas promovem o uso racional de água no campo Informações climáticas promovem o uso racional de água no campo 20/06/13 - 09:37 por Adalberto Luis Val, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA e membro do Conselho Administrativo da Fundação Bunge Pesquisas demonstram que no mundo se utiliza no campo quase 70% da água dos rios, lagos e aquíferos. O potencial de desperdício, no entanto, é um dos mais desafiadores. Os sistemas de rega, por exemplo, perdem grandes quantidades de água. Calcula-se que só chegam à zona de cultivo entre 15% e 50% da água que é extraída para irrigação. Perde-se água por evaporação, por absorção e por fugas. Outro aspecto que impacta o consumo de água na agricultura é que as culturas exigem diferentes demandas na quantidade de água. O arroz, por exemplo, usa o dobro de água para ser produzido do que o trigo. Mas, isso também muda se a região do plantio estiver em um lugar mais quente ou mais fresco. A produção de 1 kg de cereal pode exigir de um a dois m³ se plantado em áreas com abundância de chuvas e condições climáticas favoráveis. Se essa mesma quantidade do cereal for produzida em áreas de clima desfavorável, com altas temperaturas e alto índice de evapotranspiração, exigirá entre três e quatro m³ de água. Para cultivar um hectare de milho no Brasil ou na Argentina necessita-se de 50% da água que se usaria para cultivar o mesmo hectare de milho em Burkina Fasso, na África, ou Bahrein, no Oriente Médio. Esses dados reforçam a importância da pesquisa e dos experimentos científicos no campo em busca de espécies mais resistentes a climas secos e menos dependentes de água. O conhecimento não só auxilia na preservação dos recursos naturais, como também se traduz em ganhos mais efetivos no aspecto econômico da produção agrícola. O adequado uso do recurso para o plantio é uma meta de desenvolvimento agrícola que o País deve perseguir. Há estudos em várias instituições que contrastam métodos de manejo da água de irrigação. Em quase todos os métodos, o uso de informações climáticas, como temperatura, umidade relativa do ar, vento e radiação solar, ajudam no cálculo da quantidade de água que a planta consome. Alguns métodos, entretanto, monitoram alguns parâmetros, como a umidade do solo. Neste caso, quem determina se a secagem do solo é mais rápida ou mais lenta é a planta que está sendo afetada pelos fatores ambientais. De acordo com dados levantados na horticultura, por exemplo, o produtor que não utiliza nenhum controle da irrigação e passa a adotar alguma técnica para manejo, como avaliar as condições climáticas ou empregar um sensor de umidade do solo, na média geral, obtém um aumento de 10 a 30% da produtividade. Já a redução do uso de água e energia gira em torno de 20 a 30%. São estes exemplos de estudos e pesquisas que podem potencializar a produção agrícola, utilizando a água de forma a preservá-la, que a Fundação Bunge vai avaliar para escolher os contemplados ao Prêmio Fundação Bunge 2013, dentro do tema Recursos Hídricos e Agricultura, cujo resultado sai em julho. Para alcançar este nível de ganho, o agricultor conta, no Brasil, com uma infraestrutura e capacidade técnica nas áreas de monitoramento e previsão meteorológica e do sensoriamento remoto de variáveis relevantes na agricultura, considerados excelentes segundo padrões internacionais. Essa competência está principalmente centralizada no Vale do Paraíba, SP, onde se encontram dois centros no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Centro de Ciência do Sistema Terrestre (INPE/CCST) e Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (INPE/CPTEC)) e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (MCTI/CEMADEN). Estes organismos podem suportar iniciativas neste sentido, gerando insumos cada vez maiores para a agricultura neste campo. Outro apelo neste sentido está na necessidade de se aprimorar a relação do uso da água, na agricultura, em razão da iminente mudança climática e seus impactos nos recursos de água doce ao redor do mundo. Este quadro pode afetar, inclusive, o desenvolvimento sustentável e colocar em risco, por exemplo, a redução da pobreza e da mortalidade infantil. A governança hídrica é um componente importante da gestão da água para se obter recursos hídricos sustentáveis para diferentes sistemas socioeconômicos e administrativos nos próximos anos. Agrolink com informações de assessoria

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