quarta-feira, 19 de junho de 2013

Possibilidade de encerramento do contencioso do algodão na OMC causa expectativa no setor no Brasil

Possibilidade de encerramento do contencioso do algodão na OMC causa expectativa no setor no Brasil 19/06/2013 | 20h39 Acordo entre produtores dos dois países prevê concessão de subsídios domésticos aos americanos mediante pagamento de US$ 225 milhões ao Brasil como forma de compensação Andrea Parise | Brasília (DF) O anúncio da nova Farm Bill, a lei agrícola americana, que pode levar ao encerramento do contencioso do algodão na Organização Mundial do Comércio (OMC), está causando expectativa no setor no Brasil. O impasse entre o governo e a oposição nos Estados Unidos está atrasando a votação da lei. Os representantes do setor do algodão estão otimistas e ao mesmo tempo apreensivos por uma solução nos Estados Unidos. As associações de produtores do país e do Brasil já firmaram um acordo para dar continuidade ao pagamento compensatório ao Brasil. Pelo governo brasileiro, o Itamaray está analisando as sugestões, e não tem previsão para anunciar decisões em relação ao assunto. O acordo firmado pelos produtores de algodão dos dois países e encaminhado para os governos prevê a concessão de subsídios domésticos aos americanos mediante o pagamento de US$ 225 milhões ao Brasil como forma de compensação. – Na verdade, os EUA foram condenados em 2005. Começaram a pagar em 2010. Vários anos transcorreram depois da condenação e nós fomos reembolsados desse prejuízo. Nós estamos reivindicando não é nem muito para o Brasil, nem muito para os EUA. Um acordo que significa concessório. Nós fizemos algumas concessões, eles outras. Nós chegamos a um valor, estipulamos o pagamento de mais 18 parcelas daquilo que eles estão pagando até hoje – explica Gilson Pinesso, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Os produtores brasileiros pedem também o fim dos subsídios e créditos para exportação, o programa GSM 102. O benefício permite aos cotonicultores americanos a comercialização do produto com longos prazos de financiamento a juros baixos. Em nota, o Itamaraty afirmou que esta avaliando os pontos que compõem o acordo firmado entre as duas associações e que qualquer decisão sobre o contencioso só pode ser tomada depois de uma análise detalhada dos impactos da nova lei agrícola americana e da garantia de mudanças no GSM 102. De acordo com a Instituição Brasileira do Algodão, se o governo americano não aceitar, precisa trabalhar junto com o setor privado para formular uma contra-proposta para o brasil. – Cabe à National Cotton Council (NCC) mostrar a importância de que esses pagamentos sejam feitos para que se chegue a um consenso, para que não haja mais um novo desdobramento deste contencioso na OMC. Isso é fundamental. Sem essa compensação financeira, algumas condicionantes colocadas nessa conversa entre NCC e Abrapa não ha acordo – diz Haroldo Cunha, presidente Instituto Brasileiro do Algodão. – A gente já espera que nessa Farm Bill que eles cumpram a determinação da OMC e retirem os subsídios danosos ao setor do algodão como um todo. Prerrogativa do Brasil de retaliar ainda existe. Espero que os dois governos cheguem a um acordo pra botar fim a esse caso da OMC. Acredito que o governo brasileiro, da mesma maneira que atuou em 2010, estaria preparado para impor essas retaliações. CANAL RURAL

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