segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Preço acompanha valorização cambial e registra alta do milho de 5,88% nesta 2ª feira 30/11/2015 17:51

A sessão desta segunda-feira (30) foi extremamente positiva aos preços do milho negociados na BM&F Bovespa. As principais posições do cereal fecharam o dia com valorizações entre 1,38% e 3,09%. O contrato janeiro/16 subiu e retomou o patamar de R$ 35,00 a saca, cotado a R$ 35,70/sc. Em Paranaguá, a alta foi de 5,88%, com a saca cotada a R$ 36,00.
De acordo com informações do analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari, as cotações do milho ainda encontram suporte na alta do câmbio e nas exportações brasileiras que seguem em ritmo aquecido. Por sua vez, o dólar encerrou o dia a R$ 3,8865, com alta de 1,65%, maior nível de fechamento desde 28 de outubro, quando ficou em R$ 3,9201.
Conforme dados da agência Reuters, a moeda norte-americana encontrou sustentação nas preocupações com o impacto da prisão do ex-presidente do BTG Pactual, André Esteves, sobre o mercado doméstico. Além disso, os possíveis desdobramentos da situação do cenário político do país também foram avaliados.
No caso das exportações, o acumulado do mês de novembro totaliza 3.272,9 milhões de toneladas, com média diária de 233,8 mil toneladas, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). "Porém, no acumulado entre fevereiro e dezembro, contabilizando o volume exportado e as nomeações, temos pelo menos 30,5 milhões de toneladas e ainda temos janeiro de 2016. Vamos atingir 33 milhões até 34 milhões de toneladas exportadas nesta temporada", afirma o analista.
As exportações também contribuem para enxugar o mercado interno brasileiro. "Nas regiões mais próximas dos portos estão esvaziando os estoques e, por isso, temos preços recordes em algumas praças do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo", ressalta Molinari.
Paralelamente, o analista ainda sinaliza que a tendência positiva aos preços do cereal deve ser mantida no início de 2016. "Temos uma safra de verão pequena, em função da competitividade da soja e, teremos um primeiro semestre ajustado, pois a primeira safra será destinada ao consumo interno e teremos que torcer para ter uma grande safrinha", diz.
Em relação à segunda safra, Molinari ainda pondera que tudo irá depender do clima e dos preços. "Se tivermos um clima e preços bons, os produtores irão plantar. Talvez tenhamos alguns agricultores mudando o perfil de tecnologia por plantar mais tarde, mas a disponibilidade de área é grande e não ainda não vejo problemas", completa.
Bolsa de Chicago
O pregão desta segunda-feira também foi positivo aos preços do milho na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal encerraram o dia com ganhos entre 5,00 e 5,75 pontos. O vencimento dezembro/15 era cotado a US$ 3,65 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 3,60 por bushel.
Ao longo da sessão, as cotações do cereal esboçaram um movimento de recuperação frente às perdas recentes. "Estamos na fase de pós-colheita nos EUA e agora o foco do ponto de vista internacional está na demanda e no perfil da safra na América do Sul. Temos a situação na Argentina que deve eliminar a tarifa de exportação de milho e trigo, o que pode afetar os preços internacionais", relata Molinari.
Enquanto isso, os embarques semanais ficaram abaixo das expectativas dos participantes do mercado. Na semana encerrada no dia 26 de novembro, as vendas de milho somaram 298,692 mil toneladas. O volume ficou abaixo do indicado na semana anterior, de 494,957 mil toneladas e das expectativas dos investidores, entre 450 mil a 650 mil toneladas.
No acumulado da temporada, os embarques do cereal somam 6.714,251 milhões de toneladas, uma queda de 26,2% frente ao registrado no mesmo período do ano passado. Em igual intervalo de 2014, os embarques do grão estavam em 9.095,462 milhões de toneladas. As informações foram reportadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta segunda-feira.
"A queda já era esperada pelo mercado, pois tivemos o feriado na semana anterior, do Dia de Ação de Graças, comemorado na última quinta-feira (26). O mercado ainda continua observando esses dados para encontrar algum impulso. Os produtores americanos colheram a safra e estocaram boa parte, agora esperam preços mais altos. O único problema é que nesse momento, os milhos argentinos e brasileiros já estão nivelados ao americano, que volta a ser competitivo", finaliza o analista.

Fonte: Notícias Agrícolas

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