quinta-feira, 30 de outubro de 2014
Após consecutivos rallies de preços, soja opera com estabilidade na CBOT
Os preços da soja continuam subindo na manhã desta quinta-feira (30) na Bolsa de Chicago.
Apesar de serem ganhos bem mais modestos do que os registrados na sessão anterior, que superaram os 30 pontos no fechamento anterior, os futuros da oleaginosa registram os melhores preços em 10 semanas e o maior avanço mensal desde 2008, de acordo com informações da agência de notícias Bloomberg.
Uma conjunção de fatores positivos tem permitido que os preços da soja na CBOT passem por rallies nos últimos dias e sejam elevados a novos patamares e se consolide acima dos US$ 10,00 por bushel nas principais posições. O contrato novembro/14, referência para a safra norte-americana, era cotado a US$ 10,45, por volta das 9h30 (horário de Brasília), com o contrato tentando buscar quebrar a resistência dos US$ 10,50.
O mercado segue observando a demanda intensa tanto pela soja em grão quanto pelo farelo - que também avança no mercado futuro americano - além de problemas com logística nos Estados Unidos e dos problemas que vêm sendo registrados por conta das adversidades climáticas pelos produtores brasileiros no plantio da nova safra de soja. Em muitos locais, as chuvas ainda têm sido insuficientes para que os trabalhos de campo sejam retomados de forma adequada.
Hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga seu novo boletim semanal de vendas para exportação e caso esses números venham surpreendendo o mercado como acontece há algumas semanas, os preços, ainda de acordo com analistas, podem registrar novas altas. As informações serão divulgadas entre 12h e 13h (Brasília).
Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:
Soja foca demanda e fecha com mais de 30 pts de alta em Chicago
Com uma conjunção de fatores positivos atuando, os preços da soja praticados na Bolsa de Chicago encerraram os negócios desta quinta-feira (29) com mais de 30 pontos de alta. Essa foi a terceira sessão consecutivas de boas altas para as cotações da oleaginosa, com os negócios apresentando mais um rally essa semana.
Assim, os principais vencimentos subiram mais de 3%, com o contrato novembro/14, referência para a safra norte-americana, fechando em US$ 10,43, enquanto o vencimento maio/15 encerrou o dia a US$ 10,62. Na primeira posição, segundo analistas, o mercado está próximo de romper a resistência dos US$ 10,50 e, caso isso aconteça, o próximo patamar a ser alcançado deverá ser o de US$ 10,70.
Ao mesmo tempo, as cotações do farelo de soja também registraram mais uma sessão de fortes ganhos pelo terceiro dia consecutivo essa semana. Os contratos mais negociados registraram ganhos entre 2,76 e 5,89% na Bolsa de Chicago, frente a um intenso movimento da demanda pelo produto.
Nos últimos 30 dias, os ganhos acumulados pela commodity são de 25%, enquanto os preços da soja têm ganho acumulado, no mesmo período, de cerca de 13%, respondendo à esse movimento, segundo explicou o analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora. "A raíz disso está nos preços da carne, com forte estímulo na produção de suínos e aves, além da produção de carne de gado nos EUA, onde se usa muito a ração a base de soja e milho para os bovinos", diz o analista.
Paralelamente, há ainda os produtores de soja, na maior parte das origens, reticentes em efetivar novas vendas, aguardando e apostando em melhores oportunidades de comercialização mais adiante. Nos Estados Unidos, as vendas estão em um ritmo menor do que o registrado em anos anteriores e o país enfrente ainda problemas com logística esse ano, dado o tamanho da safra norte-americana.
"Temos trens e barcaças muito tomadas pelo transporte de outros produtos, portanto, os preços de fretes subiram muito e isso também é um fator de alta. Os produtores muito capitalizados com os bons preços dos últimos quatro anos continuam retendo as vendas, porém, diante dos atuais preços, podem voltar a realizar alguns negócios" explica.
Ao lado desses fatores, segundo explicou o consultor de mercado Carlos Cogo, há ainda o reflexo de uma estratégia "errada" por parte dos compradores, que apostavam que os preços não voltariam a subir aos atuais níveis que vêm sendo observados. Com essas novas altas, os compradores voltaram ao mercado e provocaram essa correria para aquisição tanto da matéria-prima como do derivado.
Fundos de Investimentos - Além disso, o mercado observa ainda uma intensa participação de fundos de investimentos no mercado. A movimentação desses fundos, principalmente com a compra de posições, também contribuem para o avanço das cotações, no entanto, acentuam expressivamente a volatilidade dos negócios.
Os investidores buscam garantir lucro rápido e ao se movimentarem acabam tirando a direção do mercado, embora, o que se observa agora, ainda segundo Camilo Motter, é um momento positivo bem consolidado para os preços da soja. No entanto, pontuais realizações de lucros podem acontecer, justamente, em função dessa maciça presença dos fundos saindo de suas posições.
Mercado Interno - No Brasil, os preços não mostraram uma direção bem definida. No porto de Rio Grande, a soja disponível fechou o dia subindo 0,79% e ficou em R$ 64,00 por saca, enquanto o produto futuro subiu 2,25% e terminou o dia valendo R$ 63,50. No porto de Paranaguá, o valor da soja futura se manteve estável em R$ 61,50. No interior do país, os preços não exibiram um caminho comum e variaram, em partes, em função das necessidades de cada região.
Data de Publicação: 30/10/2014 às 11:00hs
Fonte: Notícias Agrícolas
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