terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Laranja perde espaço para a cana em SP

30/12/14 - 09:34 Com a baixa remuneração da laranja e a disseminação de doenças no campo, as lavouras de cana-de-açúcar avançaram em áreas antes destinadas à citricultura. Levantamento feito pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) com imagens de satélite apontou que, em 26 anos, a área com pomares de laranja foi reduzida em 42,5%. Enquanto isso, as áreas com cana cresceram 120%. A região que mais perdeu área da citricultura foi a de Ribeirão Preto, segundo o estudo. Para o agrônomo Carlos Ronquim, responsável pelo levantamento, é preocupante a dependência das cidades da região em relação ao setor sucroalcooleiro. De acordo com Ronquim, a transferência das terras para a plantação de cana foi intensificada nos últimos cinco anos devido ao agravamento da crise da citricultura, que sofre com safras elevadas, avanço de doenças nos pomares e queda no valor pago pela caixa da fruta. Bebedouro foi uma das cidades que sofreram maior impacto nessa transferência de produção. O município tinha a laranja como principal produto agrícola em 1988. Naquele ano, 57,1% da área do município -cerca de 37,8 mil hectares- tinha plantações de laranja. Hoje, os pomares ocupam apenas 18,9% da área do município, enquanto a cana ocupa 57,4%. José Oswaldo Junqueira, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Bebedouro, disse que a expectativa é que a área com laranja diminua ainda mais no próximo ano no município, em função da seca e do aumento da incidência do greening -a pior doença da citricultura. Dos cerca de 13 mil hectares com pomares, ele disse esperar que sobrem só 8.000. A caixa de laranja neste ano foi vendida por cerca de R$ 10, segundo o Cepea, da Esalq/USP. Os produtores dizem que o custo é de R$ 18. A transferência de área para a cana reduziu não só o total de empregos no meio rural, mas também na área urbana, devido ao fechamento de unidades de moagem. Diário da Franca

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