domingo, 1 de novembro de 2015

Conferência em Paris no final do ano vai discutir o aquecimento global

Edição do dia 01/11/2015 01/11/2015 08h45 -
 Atualizado em 01/11/2015 08h45

 Conferência em Paris no final do ano vai discutir o aquecimento global Governo brasileiro deve apresentar várias medidas na COP 21. Ideia é que agricultores e criadores ajudem a combater o efeito estufa.
 Viviane Novaes Luziânia,GO

 Representantes de quase 200 países se reúnem em Paris, no final do mês, para discutir o aquecimento global. O governo brasileiro vai apresentar várias medidas para reduzir a emissão de gases que causam o efeito estufa e uma delas é a recuperação de milhões de hectares de pastagens degradadas. A época de chuva chegou na Fazenda Porteirinha, de 240 hectares, que fica em Luziânia, Goiás, mas o pasto está baixinho, ralo, tomado pelos cupins. Este cenário é um prato cheio para os tatus, mas não para o gado de corte. Em busca de comida melhor, os animais vão para o cocho e o produtor Evandro Almeida diz que 30% da pastagem está degradada. A pastagem degradada contribui para a emissão de gases de efeito estufa, que provocam o aquecimento da Terra. O boi elimina o gás metano, que segundo a Embrapa-Cerrados tem potencial de aquecimento global 32 vezes maior que o gás carbono, e se o pasto está pobre, o animal precisa ficar na área por mais tempo para chegar ao peso ideal. Quanto mais permanece na área, mais gases produz. Em uma pastagem de boa qualidade, o boi produz 47 gramas de metano por quilo de animal vivo, já na pastagem degradada, a quantidade de gás metano sobe para 76 gramas por quilo. A recuperação de 15 milhões de pastagens degradadas no país é uma das metas do governo brasileiro para reduzir em 43% a emissão de gases de efeito estufa até 2030. A proposta será levada para a COP 21, a conferência sobre o clima que vai reunir 195 países, em Paris, no final de novembro e começo de dezembro. O governo também pretende fazer a integração lavoura-pecuária-floresta em 5 milhões hectares e reflorestar 12 milhões de hectares. E, para acabar com o desmatamento ilegal, como anunciou, tem ainda um desafio pela frente: os números mostram que a derrubada de florestas diminui em algumas áreas e aumenta em outras. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, na Amazônia o desmate caiu de 7 mil quilômetros quadrados em 2010 para cerca de 4,6 mil em 2012. Por outro lado, a Universidade Federal de Goiás constatou que no Cerrado, o segundo maior bioma brasileiro depois da Amazônia, o desmatamento aumentou no mesmo período, passando de 3,7 mil para 7,6 mil quilômetros quadrados. Raphael Azeredo é um dos brasileiros que vai participar da COP 21. Ele é chefe do Departamento de Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores e explica que é preciso ampliar o monitoramento do desmate no país. “É você ter esse monitoramento em tempo real para todos os biomas, sobretudo para o cerrado. Você tem que ter em termos de emissões, o mapa mais detalhado possível, não só para poder agir, coibir o desmatamento ilegal, mas para reportar, no âmbito da convenção, o que efetivamente está acontecendo em termos de emissões dentro do país”, explica. A expectativa é que essa conferência do clima aprove um acordo para impedir que o aquecimento global supere dois graus centígrados até o final do século.
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 Economia
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 http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2015/11/conferencia-em-paris-no-final-do-ano-vai-discutir-o-aquecimento-global.html

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