segunda-feira, 30 de junho de 2014
Soja aguarda números do USDA e inicia semana sem força na CBOT
Nesta segunda-feira (30)Mais tarde, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga dois novos relatórios - um de estoques trimestrais em 1º de junho e outro de área de plantio da safra 2014/15 - e os investidores optam por atuar mais na defensiva à espera desses números. Assim, por volta das 7h35 (horário de Brasília), o mercado operava sem direção definida, com oscilações que não chegavam a 5 pontos nos principais contratos do momento.
Paralelamente, ainda hoje saem os números de embarques semanais norte-americanos, por volta de 12h, e mais tarde, às 17h, depois do encerramento do pregão, o USDA traz a atualização do relatório de acompanhamento de safras, com as condições das lavouras nas principais regiões produtoras.
Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:
Soja: mercado fecha semana com forte queda no longo prazo
Depois de uma semana de intensa volatilidade, o mercado internacional da soja fechou a sessão desta sexta-feira em campo negativo na Bolsa de Chicago. Os vencimentos mais distantes, referentes à nova safra dos Estados Unidos, lideraram as perdas, as quais superaram os 13 pontos. O contrato novembro/14 fechou o dia valendo US$ 12,27 por bushel, perdendo 16,60 pontos. No pior momento da sessão, a posição chegou a bater nos US$ 12,20.
Segundo informações da agência internacional de notícias Bloomberg, os futuros da oleaginosa caminham para as mais amargas perdas em um mês diante do clima favoravelmente quente e seco no Meio-Oeste dos Estados Unidos, que tem contribuído para o bom desenvolvimento das lavouras da safra 2014/15. De acordo com a última estimativa do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a colheita norte-americana deverá totalizar 98,93 milhões de toneladas.
Entretanto, nesta segunda-feira (30), o USDA traz seu primeiro relatório com números oficiais da área de plantio da nova safra e as expectativas do mercado já sinalizam um expressivo aumento para algo próximo dos 33,5 milhões de hectares. Na temporada 2013/14, a área plantada foi de 30,96 milhões de hectares. Caso essa área se concretize, e com a manutenção das boas condições climáticas nas principais regiões produtoras do Corn Belt, o potencial produtivo da safra americana sobe em cerca de 2 milhões de toneladas e poderia elevar as projeções a um volume superior a 100 milhões de toneladas.
Para Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, esse expressivo incremento nos números da colheita dos Estados Unidos, porém, não deve causar um impacto demasiadamente forte aos preços, uma vez que a demanda também apresenta um franco crescimento nos principais países importadores. No entanto, o consultor alerta para o impacto psicológivo qu os números causam ao mercado e sobre a reação do mercado até que essas informações sejam totalmente absorvidas.
"O problema é o fator psicológico que esses números podem gerar para o mercado, com um número americano podendo bater os 100 milhões de toneladas, ou um pouco acima. Isso pode trazer uma uma corrida dos grandes investidores para liquidar suas posições e realizar lucros em um período curto, até que esses números sejam absorvidos", disse o consultor.
Curto prazo
Por outro lado, os vencimentos de mais curto prazo na sessão desta sexta-feira fecharam os negócios com pequenas baixas. O mercado continua sustentado, segundo analistas, pelos fortes fundamentos de oferta e demanda e pela necessidade que o mercado ainda tem de racionar o consumo. A escassez de produto é bastante séria não só nos Estados Unidos, mas também na América do Sul. Os estoques finais norte-americanos, ainda de acordo com analistas, devem ser os menores da historia.
Em função das baixas recentes, os vendedores, principalmente os norte-americanos, brasileiros e argentinos, estão mais retraídos e aguardando por melhores oportunidades de comercialização do produto que ainda resta da safra 2013/14, frente ao ritmo da demanda que continua aquecido.
Assim, a espera do mercado por números dos estoques trimestrais que serão divulgados pelo USDA na próxima segunda-feira também é grande. O departamento norte-americano traz a posições dos estoques do país em 1º de junho e as expectativas do mercado são de números bem ajustados.
De acordo com um levantamento feito por agências e consultorias internacionais, aponta para algo entre 10,61 milhões de 10,34 milhões de toneladas e, caso esses números forem confirmados, os estoques norte-americanos seriam os menores em 37 anos. O banco Société Génerale, por sua vez, aposta em estoques ainda mais apertados, na casa das 9,55 milhões de toneladas.
Em março, os estoques trimestrais de soja foram reportados pelo departamento em 27 milhões de toneladas e, em junho do ano passado, esse número foi de 11,84 milhões de toneladas.
Data de Publicação: 30/06/2014 às 10:30hs
Fonte: Notícias Agrícola
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