segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Embrapa Café e Aliança Internacional das Mulheres do Café - IWCA estreitam relações
Além de dar visibilidade ao papel da mulher no mundo cafeeiro, a IWCA defende melhores condições de vida e de trabalho no campo
A visita de representantes da IWCA-Brasil à sede da Embrapa Café marcou as comemorações do aniversário de 15 anos da Unidade, celebrado em 30 de agosto de 2014. A fundadora e ex-presidente da IWCA-Brasil, Josiane Cotrim, também visitou a sede da Embrapa no mês de agosto, estreitando relações entre as duas entidades.
Na ocasião, a cafeicultora Marisa Contreras e a degustadora de cafés e Q-Grader (termo que pode ser traduzido como "Avaliador Q", "Q" de Qualidade, e se refere a uma certificação mundial para profissionais de classificação e degustação de cafés) Ana Claudia Vieira Martins, ambas representantes da IWCA, proferiram palestra sobre a atuação da IWCA-Brasil, resultados alcançados e objetivos da entidade. Durante o encontro, o gerente-geral da Embrapa Café, Gabriel Bartholo, e as representantes da IWCA assinaram carta de intenções em prol de trabalhos conjuntos entre as duas entidades.
"O convite da Embrapa Café à IWCA-Brasil para o Evento de Comemoração dos 15 anos da Unidade, culminando com a assinatura da Carta de Intenções, vem corroborar a sinergia existente entre essas entidades. A IWCA-Brasil apresentou seu plano de ação e os trabalhos efetivos na cafeicultura e pró-equidade desde sua criação. Acreditamos que essa parceria permitirá que o conhecimento e expertise compartilhados gerem frutos e permitam o desenvolvimento de projetos com a participação de produtoras de café e entidades de fomento do setor, trabalhando em prol da cafeicultura brasileira", disse Ana Claudia. A ideia é dar início à construção de plano de ação conjunta envolvendo Embrapa Café, Consórcio Pesquisa Café e as mulheres do setor produtivo de café, tanto no âmbito da pesquisa, como no âmbito do desenvolvimento e inovação.
A IWCA Brasil é um capítulo da IWCA internacional (International Women's Coffee Alliance, em inglês), organização sem fins lucrativos que foi criada em 2003 a partir do encontro de mulheres da indústria do café dos Estados Unidos e Canadá com produtoras de café na Nicarágua. Está presente em 16 países produtores com a missão de fortalecer as mulheres que atuam em todos os elos do agronegócio café. Os países onde a IWCA está presente são: Brasil, Burundi, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Índia, Quênia, Nicarágua, Filipinas, República Democrática do Congo, República Dominicana, Ruanda, Tanzânia e Uganda.
Segundo a IWCA, a Aliança conquistou mais uma vitória rumo à construção de um setor cafeeiro mais participativo e inclusivo: passará a integrar a junta consultiva do setor privado da Organização Internacional do Café – OIC. Tal junta, composta por representantes dos países produtores e dos importadores, foi criada em 1999 e trabalha em prol do aumento do mercado mundial de café em volume e valor.
O capítulo brasileiro da Aliança foi criado em 2012, após quase dois anos de trabalho voluntário e intensa mobilização feminina. A atual presidente é Débora Fortini. A entidade oferece às mulheres treinamento, aprendizado e informação; torna visível o papel das mulheres envolvidas no negócio café; defende a redução de barreiras para as mulheres, proporcionando acesso a mercados; representa as mulheres em instâncias nacionais e internacionais e constitui fórum de conexão e troca de experiências e conhecimentos.
Dados – Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (Censo 2006), as mulheres dirigem 656 mil estabelecimentos agropecuários no País, o que corresponde a apenas 13% do total de dirigentes de propriedades. Do total de pessoal ocupado nos estabelecimentos produtores de café do Brasil, cerca de 29% são mulheres.
O desafio das mulheres do mundo cafeeiro – Segundo a IWCA, dos 1 bilhão de pobres do mundo, estima-se que 70% sejam mulheres. Elas são proprietárias de menos de 1% das propriedades rurais do planeta. O Banco Mundial estima que mais de 500 milhões de pessoas dependam da atividade cafeeira para sobreviver. Desses, 25 milhões são agricultores e boa parte deles vive em condições precárias - situação agravada pelo fato de que eles recebem apenas uma pequena porcentagem do valor pelo qual o café é vendido no mercado. As mulheres, que representam boa parte dos trabalhadores do campo, enfrentam ainda outros desafios. Além da luta diária pela manutenção de um padrão respeitável de vida, elas sofrem com o problema da inequidade de gênero que prevalece em diversas regiões do planeta.
Data de Publicação: 29/09/2014 às 15:20hs
Fonte: IWCA internacional Embrapa
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