terça-feira, 30 de setembro de 2014

Governo deve comprar feijão estocado em Goiás, aponta Faeg 30/09/2014 15:45

Nitidamente aliviados, produtores e representantes do setor agropecuário deixaram o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília, com uma boa notícia: o governo vai comprar o feijão que está estocado e credenciado nos armazéns goianos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A compra será feita por meio da operação de Aquisição do Governo Federal (AGF) com recursos, que totalizam R$ 45 milhões, do Tesouro Nacional. A aquisição do feijão, por meio do governo, visa garantir ao produtor pelo menos o preço mínimo de garantia. Organizada pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), que expôs a necessidade de enxugar os estoques do grão, a visita foi realizada na manhã desta terça-feira (30) e a comitiva foi recebida pelo ministro da Agricultura, Neri Geller e pelo secretário de Políticas Agrícolas do Mapa, Sereni Paludo. Segundo levantamento da Conab, para comprar o feijão estocado nos armazéns do órgão em todo o Brasil, seria necessário a liberação de R$ 51 milhões. Paludo explicou que conseguiu a liberação de R$ 30 milhões junto ao Tesouro Nacional. A verba deve ser depositada até esta quarta-feira (1) e se juntar com R$ 15 milhões que já estão na conta da Conab. Os R$ 45 milhões serão distribuídos proporcionalmente de acordo com a demanda de cada estado, onde a participação de Goiás é da ordem de 24%. O estado vai receber 24% da verba liberada. “Estamos cientes de que o total – R$ 45 milhões – não é o suficiente para suprir 100% da demanda, mas já é um começo. Na segunda quinzena de outubro vamos voltar ao Tesouro e brigar pela verba faltante”, pontuou Sereni. Segundo o vice-presidente da Faeg, Bartolomeu Braz, a maior preocupação da entidade é com o feijão que será colhido futuramente, já que se o governo não comprar o grão que está nos armazéns da Conab, um grande estoque será formado e o preço que já está muito abaixo do mínimo – o saco de 60 Kg deveria ser vendido por R$ 94 - sofrerá uma queda ainda mais expressiva. “Devido ao Vazio Sanitário em Goiás não ocorrerá colheita nos próximos meses e a nova safra será colhida entre janeiro e fevereiro. Precisamos estar preparados e o mercado tem que estar pronto para absorver a produção”. Além de Bartolomeu, formaram a comitiva que esteve no Mapa, o consultor técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás, Pedro Arantes, representantes dos Sindicatos Rurais de Paraúna, Flávio Augusto de Moraes e Corumbá, Félix Curado, assim como produtores de feijão das duas regiões. Verba Ainda segundo a Conab, Goiás precisa receber cerca de R$ 13 milhões para conseguir comprar todo o estoque de grãos. Na prática, o estado receberá, a partir desta quarta-feira (1), cerca de R$ 10,8 milhões – o que representa 24% da verba total liberada. Os produtores acreditam que não haverá mudanças no levantamento da Conab que se refere ao valor necessário para a compra do feijão goiano, pois todos os armazéns estão lotados. Eles relembraram que Goiás é o 2º com maior demanda de recursos e que no mês de agosto o estado não recebeu nada. Paludo fez questão de explicar que ao longo do mês de agosto nenhum estado recebeu a verba destinada para a compra do feijão. “Alguns estados dispunham de recursos que haviam sido liberados em julho, mas que não foram aplicados devido a dificuldades operacionais”, afirmou. Oferta X demanda A audiência com Paludo foi um pedido da Faeg devido a grande oferta do grão que é produzido, sequeiro e irrigado, em Goiás. Além disso, a entidade caracteriza como urgente a compra, já que com o tempo, o feijão armazenado perde a coloração e seu valor de mercado. “Nós viemos até aqui porque acreditamos que o Mapa vai compreeno momento que o produtor de feijão vive. Goiás sempre se mostrou forte na produção do grão e eu confio que o Mapa vá entender que o produtor precisa dessa alternativa para se manter na atividade”, explica o vice-presidente institucional da Faeg, Bartolomeu Braz. Mercado do feijão A oferta da leguminosa aumentou este ano, derrubando as cotações. Estima-se que somando as três safras do grão o Brasil colheu em 2014 um total de 3.424 milhões de toneladas, representando um aumento de 21% em comparação com o ano passado (2.840 milhões de toneladas). Fonte: Assessoria

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