quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Grãos terminam setembro com forte queda

Os produtos agrícolas terminam setembro com forte queda nos preços nas Bolsas de mercado futuro. Até o café, líder de altas nos últimos meses, caiu. A queda, de 1% no mês, foi bem menos acentuada, no entanto, do que a de outras commodities O líder no recuo de preços foi o farelo de soja. Negociado a US$ 440 por tonelada há um mês, o produto esteve a US$ 305 nesta terça-feira (30). O recuo acumulado do produto é de 31% no período. Com a melhora na oferta de soja, a moagem da oleaginosa será maior, afetando os preços. Nos últimos 12 meses, o farelo tem queda de 26%. Já a soja, embora acumule recuo menor nos últimos 30 dias --queda de 16%--, já perdeu 29% nos preços em 12 meses na Bolsa de Chicago. Produção maior e influência do mercado financeiro afetaram também os preços das demais commodities. O trigo terminou o mês passado com queda de 13%, recuando para US$ 4,78 por bushel. Nos últimos 12 meses, a recomposição dos estoques do cereal fez o preço cair 30% na Bolsa de Chicago. O milho, cuja produção deverá superar as estimativas iniciais nos Estados Unidos, termina setembro com baixa de 11%, acumulando recuo de 27% em um ano. A alta externa do dólar afetou também os preços na Bolsa de commodities de Nova York, onde apenas o cacau teve alta no mês passado. A preocupação dos participantes do mercado de cacau com os efeitos do ebola nos países vizinhos à Costa do Marfim, líder mundial na produção de cacau, fez a commodity subir nos últimos 30 dias. Os preços atuais são 25% superiores aos de há um ano. Já o açúcar, devido à queda de produção no Brasil, maior produtor mundial, conseguiu elevação de 9% nos preços dos últimos sete dias. Essa alta não foi suficiente, no entanto, para uma recuperação dos preços, que ainda se mantêm 11% inferiores aos de há um ano. O algodão e o suco de laranja têm comportamento inverso. Enquanto o primeiro caiu 28% em 12 meses, o suco teve alta de 10%. Os preços dos grãos no mercado interno acompanharam os do externo, registrando queda. A soja caiu 18%, enquanto o milho perdeu 5% nos preços. Já as carnes, devido à demanda externa, subiram no mês passado. Leite A captação de leite aumentou 5,4% em agosto em relação a julho, aponta o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Em relação a agosto do ano passado, o crescimento foi de 16,5%. Preço O aumento na oferta de leite, devido à proximidade do período de pico da safra, fez o preço cair em praticamente todas as regiões pesquisadas pelo Cepea. Valor O produtor recebeu, em média, R$ 1,004 por litro de leite no mês passado, 0,81% menos do que em agosto, segundo o Cepea. Clima A região Sul continuará com condições desfavoráveis às lavouras nos próximos dias, devido aos níveis de umidade sobre as plantas, segundo o agrometeorologista Marco Antonio dos Santos. Melhora Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, a chuva possibilitará uma elevação mais significativa dos níveis de umidade do solo, garantindo melhores condições ao desenvolvimento das lavouras e de plantio. Cana O preço médio do quilo do ATR (Açúcar Total Recuperável) para a cana entregue durante o mês passado, e referente à safra 2014/15, foi de R$ 0,4637, segundo o Consecana. O de agosto havia sido R$ 0,4654. Efeito dólar Petróleo e metais também estão em queda no mercado externo. O óleo teve recuo de 8,3% nos últimos 30 dias em Nova York, enquanto o preço da prata recuou 12% no período.
Data de Publicação: 01/10/2014 às 10:15hs Fonte: Folha de S. Paulo

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