domingo, 28 de dezembro de 2014
Chuva no sertão do Piauí traz pequeno alívio aos agricultores
28/12/2014 09h00 - Atualizado em 28/12/2014 09h00
Chuva no sertão do Piauí traz pequeno alívio aos agricultores
Agricultores enfrentam o terceiro ano de seca seguido.
A previsão indica que deve chover menos que a média até fevereiro.
Do Globo Rural
Há um mês voltou a chover no sertão do Piauí, um pequeno alívio para os agricultores do estado que enfrentam o terceiro ano seguido de seca.
É difícil imaginar que dos terrenos secos do sertão, possa brotar alguma coisa. Mas ao primeiro sinal de chuva, o sertanejo tem esperança.
Há um mês, choveu cerca de 140 milímetros em Betânia do Piauí, um terço da média esperada para todo o período chuvoso, que vai de dezembro a abril.
Bastou a terra ficar molhada para a agricultora Pedrina Silva correr para o campo e plantar milho e feijão numa roça de 4 hectares em pleno semi árido piauiense. Ela está arriscando, fez o mesmo no ano passado e teve prejuízo. “Quando veio a primeira chuva em dezembro, plantei milho e feijão. Mas aí morreu no seco. Depois tornei a plantar em fevereiro, quando choveu, mas não deu. Só deu palha”, lembra a gricultora.
O alivio na roça trouxe prejuízo para a estrada que dá acesso ao município. A enxurrada rompeu o asfalto em dois lugares e a cidade chegou a ficar isolada.
Em Paulistana, que fica também no semi-árido, muitos agricultores estão cautelosos. É que eles preferem esperar que o período de chuva se firme para preparar a terra. Enquanto isso, eles se conformam em ver os barreiros com água. É um alivio para criação, que mal tinha o que beber durante os meses de seca.
O agricultor Luís Teixeira perdeu quase 30 bovinos e caprinos em 2014. Só voltou a chover em novembro e ele espera que venha mais água por aí. “Perdi 24 gados, perdi criação de ovelhas porque perdi bode. Tenho esperança de Deus melhorar o tempo porque tá feio pra nóis”.
Cerca de oito mil pessoas ainda sofrem com os efeitos da estiagem na zona rural de Paulistana. No último mês, a chuva renovou o pasto, encheu reservatórios, mas não foi o suficiente para animar quem vive na roça.
Pelo menos até fevereiro, a previsão é de que continue chovendo menos que a média histórica no Piauí, segundo a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do estado.
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