terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Espírito Santo fecha 2016 com maior safra de café arábica da história

Espírito Santo fecha 2016 com maior safra de café arábica da história




Espírito Santo fecha 2016 com maior safra de café arábica da história
27/12/16 - 16:45 

A produção e a produtividade de café arábica no Espírito Santo bateram recorde histórico em 2016 apesar da crise hídrica. A área plantada de café arábica no Espírito Santo diminuiu 10%, e a produção dobrou, chegando perto de 4 milhões de sacas. A produtividade média, que era de 11,5 sacas por hectare, teve um acréscimo de 130%, e passou para 26sc/ha. Além disso, o estado colheu 30% de café arábica de qualidade superior em 2016. Os dados foram levantados pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e entregues à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A equipe de cafeicultura do Incaper atribui os resultados à adoção do conjunto de ações e tecnologias do Programa Renovar Arábica, lançado em 2008. O pesquisador do Incaper e coordenador do Programa Estadual de Cafeicultura, Romário Gava Ferrão, e a pesquisadora do Incaper/Embrapa Café, Maria Amélia Gava Ferrão, são unânimes nas considerações. Segundo eles, o Programa Renovar Arábica sistematiza e organiza uma série de ações para dobrar a produtividade sem aumentar a área plantada, e produzir pelo menos 30% café arábica com qualidade superior.
O programa pretendia atingir estes números só em 2025. Mas os produtores adotaram as boas práticas e colheram estes resultados em apenas 8 anos, chegando a ultrapassar a meta de produtividade. 
Para a pesquisadora, os resultados são oriundos do trabalho integrado de pesquisa, assistência técnica e extensão rural. “Este é um marco para o Espírito Santo. A produtividade no Estado era considerada baixa por falta de tecnologia. A renovação e o revigoramento das lavouras nas bases propostas pelo Programa Renovar Arábica colocam o Estado em condições tecnológicas similares aos maiores produtores de arábica do país, como Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Antes, a cafeicultura capixaba não era sustentável e a tendência era que o produtor abandonasse a atividade”, disse Maria Amélia.
O conjunto de tecnologias proposto pelo Renovar Arábica gerou condição para a alta produção e a alta produtividade. Aliado a isso teve a questão da qualidade. Esse ano, dos quase 4 milhões de sacas que o Espírito Santo vai produzir, 1,2 milhão são de cafés especiais, apontou o extensionista do Incaper em Brejetuba, Fabiano Tristão.
Crise hídrica
A safra recorde de arábica do Espírito Santo ocorre em um dos períodos mais críticos para a cafeicultura capixaba por conta da crise hídrica. 
Técnicos e pesquisadores do Incaper explicam: O arábica é cultivado em regiões com altitude acima de 500 metros. Nestas regiões, a temperatura é mais amena e as chuvas foram mais intensas, mais uniformes e mais bem distribuídas.
Choveu nestas regiões no início de 2016, justamente na época do enchimento dos grãos, quando a planta mais precisava de água.
Como a maioria dos cultivos (99%) de café arábica no Espírito Santo não são irrigados, as cultivares recomendadas pelo Incaper apresentam tolerância à seca. Além disso o café arábica passou por dois anos consecutivos de safra baixa. A planta estava mais enfolhada, mais vigorosa, porque conseguiu fazer uma reserva de energia.
Conilon
Diferentemente do arábica, a safra de café conilon no Espírito Santo fecha 2016 em queda. O Estado produziu 5,035 milhões de sacas de conilon, menos da metade do que poderia colher se não houvesse a seca extrema. Mesmo com a diminuição da safra, o Espírito Santo continua sendo o maior produtor de conilon do país. Porém, o Brasil passa a ser o terceiro maior produtor de robusta do mundo, perdendo a segunda colocação para a Indonésia. O Vietnã permanece como maior produtor mundial de conilon.
Cafeicultura capixaba
No geral, o Espírito Santo colheu em 2016 cerca de 9 milhões de sacas de café, sendo quase 4 milhões de arábica e pouco mais de 5 milhões de conilon. Se o Estado não tivesse enfrentado esta enorme crise hídrica, a safra seria de 15 milhões a 16 milhões. Historicamente, a produtividade capixaba sempre foi abaixo da média brasileira, que é em torno de 24 sc/ha. Mas em 2016, a produtividade do Espírito Santo chegou a mais de 26 sc/ha e, mesmo com a seca, o Estado continua sendo o segundo maior produtor de café do país, perdendo apenas para Minas Gerais. 

Agrolink

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