sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Milho: Com estoques acima das projeções nos EUA, mercado recua 2% nesta 6ª em Chicago



Publicado em 28/09/2018 17:27


A semana foi de ligeiras perdas aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Durante os últimos dias, as principais posições da commodity recuaram entre 0,27% e 0,53%, conforme levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas.
Em contrapartida, nesta sexta-feira (28), as perdas foram mais significativas, superando 2%. Os vencimentos do cereal apresentaram quedas de mais de 8 pontos, com o dezembro/18 cotado a US$ 3,56 por bushel. O março/19 trabalhava a US$ 3,68 por bushel e o maio/19 a US$ 3,75 por bushel.
Segundo informações da agência Reuters internacional, as cotações foram pressionadas negativamente pelos números dos estoques trimestrais nos EUA. As informações foram reportadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na tarde desta sexta-feira.
Em 1º de setembro, os estoques de milho ficaram em 54,36 milhões de toneladas no país. O volume significa uma queda de 7% em relação ao volume observada no mesmo período do ano anterior, de 58,25 milhões de toneladas.
Embora haja um recuo, o volume indicado ficou acima das apostas dos participantes do mercado, de 50,85 milhões, com as projeções variando entre 49,61 milhões a 53,32 milhões de toneladas. "Estamos apenas empilhando mais grãos em cima de mais grãos", disse Ted Seifried, estrategista-chefe de mercado agrícola do Zaner Group em Chicago em entrevista à Reuters.

Apesar da queda observada no final da semana, as cotações encontraram suporte na demanda pelo produto americano nos dias anteriores e tocou o nível mais alto em um mês. As vendas semanais de milho foram estimadas em 1,7 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 20 de setembro, de acordo com dados do USDA.
A agência Reuters ainda reforçou que a demanda global por milho nos EUA tem sido forte depois que as secas reduziram as colheitas nos fornecedores rivais: Brasil e Argentina.
"O estoque argentino foi exaurido e o comércio espera outro ajuste para baixo na safra brasileira de milho do ano passado, que deve lançar ainda mais demanda de exportação para os EUA", disse Tomm Pftizenmaier, analista da Summit Commodity Brokerage em Iowa em entrevista à Reuters.
Além disso, o ritmo da colheita nos Estados Unidos também segue no radar dos investidores. Até o início dessa semana cerca de 16% da área semeada havia sido colhida no país.
Na semana anterior, o índice era de 9% a média dos últimos anos para o período é de 11%. As informações serão atualizadas na próxima segunda-feira (1º) pelo USDA.
Mercado doméstico
A sexta-feira foi de ligeiras movimentações aos preços do milho no mercado doméstico. Na região de Sorriso (MT), a perda foi de 8,70%, com a saca do cereal a R$ 21,00. Já em Rio do Sul (SC), o recuo foi de 2,63% e a saca a R$ 37,00.
Na localidade de São Gabriel do Oeste (MS), a perda foi de 1,72%, com a saca a R$ 28,50. Em Não-me-toque (RS), a desvalorização ficou em 1,32%, com a saca a R$ 37,50. No Porto de Paranaguá, o dia foi de estabilidade, com a saca a R$ 38,00.
Os analistas ainda reforçam que a queda de braços entre compradores e vendedores tem limitado os negócios. "No mercado paulista, nos últimos dias, o fluxo de negócios caiu, uma vez que compradores estão abastecidos e vendedores não desejam se desfazer dos grãos no nível atual", reportou a XP Investimentos em seu comentário diário.
Paralelamente, os investidores acompanham as exportações que melhoraram ao longo do mês de setembro, mas ainda permanecem abaixo do ritmo do ano anterior. No acumulado do mês, a quantidade embarcada está próxima de 2,63 milhões de toneladas.
"A valorização do dólar frente ao real colaborou com o aumento dos embarques em relação aos meses anteriores. Porém, a menor competitividade do milho brasileiro no mercado internacional frente à 2017 é um dos fatores que explica a queda do volume embarcado na comparação anual", informou a Scot Consultoria ao longo dessa semana.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:
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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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