terça-feira, 30 de abril de 2019

ABPA: Produção de carne de frango deve crescer 5% com demanda asiática

As vendas para a China são determinantes para o desempenho positivo


A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) prevê um crescimento de 8% no volume de carne de frango exportada em 2019. No ano passado os embarques totalizaram 4,1 milhões de toneladas gerando receita de US$ 6,571 bilhões. "O cenário é otimista. O mercado internacional está demandando", diz Francisco Turra, presidente da ABPA.
As vendas para a China são determinantes para o desempenho positivo. O país enfrenta uma crise em seu abastecimento de proteína animal em consequência de um surto de febre suína africana. O país é o maior produtor e consumidor de carne suína do mundo.
O Brasil é o segundo maior produtor de frango do mundo, atrás apenas dos EUA, e o maior exportador. "É natural que os chineses olhem para o Brasil como uma importante opção para enfrentar seu déficit de carnes", diz Turra.
A crise de abastecimento levou a China a suspender sobretaxa imposta aos produtores brasileiros de frango adotada em 2017, enquanto realizaria a investigação de supostas práticas de dumping por parte dos brasileiros.
Segundo Turra, o aumento das compras chinesas levou outros mercados importantes como Arábia Saudita, Rússia e Egito a intensificar seus negócios com o Brasil. A Arábia Saudita, principal destino do frango brasileiro nos últimos anos, havia iniciado em 2018 um processo de redução de suas compras com o objetivo de fomentar a sua produção interna, mesmo movimento realizado dois anos antes pelo Egito. "Tradicionais fornecedores brasileiros para esses países já estão sendo procurados para fechar novos negócios."
O presidente da ABPA avalia também que nos próximos meses deverá ser superado, em parte, o contencioso com a União Europeia, que em 2018 embargou por problemas sanitários os embarques provenientes de 20 unidades frigoríficas brasileiras para os países do bloco europeu. "Seis unidades foram vistoriadas recentemente e temos a informação que serão liberadas para exportar no segundo semestre", afirma.
Os contenciosos com a China e a UE derrubaram em 5,1% as exportações brasileiras de frango em 2018, levando a uma queda de 1,7% na produção do país, que somou 12,82 milhões de toneladas. Turra estima para 2019 um crescimento da produção na casa de 5%.
A BRF, que exporta 77% de sua produção de aves in natura, foi uma das mais afetadas pelo embargo europeu e sobretaxa chinesa, fatos que levaram a companhia a adequar sua linha de produção em 2018, conceder férias coletivas e adotar a prática de suspensão temporária do contrato de trabalho em cinco de suas unidades.
Leonardo Dalllorto, vice-presidente de planejamento integrado da BRF, diz que no curto prazo não há previsão para a BRF retomar os embarques para a Europa. No entanto, a companhia tem expandido suas exportações no mercado halal que atende os consumidores muçulmanos.
A Seara, do grupo JBS, exporta 70% de sua produção de carne de frango. Joanita Karoleski, presidente da companhia, diz que a crise de abastecimento de proteínas na China levará a "um aumento exponencial de compras internacionais naquele país".

Data de Publicação: 30/04/2019 às 12:50hs
Fonte: Avisite


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