terça-feira, 30 de abril de 2019

Petróleo sobe com incertezas sobre Venezuela; Petrobras reajusta gasolina



Publicado em 30/04/2019 11:25 e atualizado em 30/04/2019 12:03


Açúcar tem alta moderada em Nova York com pegada de alta do barril do brent
A partir desta terça (30) a gasolina fica mais cara na refinaria, com o aumento definido pela Petrobras, e o petróleo volta a subir nesta manhã. Aumento que se consolidado hoje ou nos próximos dias - com o ritmo de alta novamente retomado, ainda que menos intenso -, a Petrobras terá que continuar a repassá-lo mesmo a conta gotas como tem feito. O etanol vai se fortalecendo contra a gasolina.
O engrossamento da produção do biocombustível, com a safra ganhando força, é normal em começo de ciclo, mas o açúcar em linha de baixa e a competitividade do etanol dando consumo, reforça o caixa das usinas via volume enquanto o preço cai na porta da fábrica.
O açúcar na ICE Futures (Nova York), que ontem veio com o maio abaixo do 12 c/lp e o julho perdendo aproximadamente 30 pontos, vem sob leve alta nesta parte da manhã (11h25), nos dois contratos,o maio em 11.92 c/lp (+29 pontos) e o julho em 12.45 c/lp (+12). Mas mais por repique de ajuste e influência do barril do brent Londres do que por fundamento, de acordo com Maurício Muruci, da Safras & Mercado.
O cru está a caminho dos US$ 73/julho, depois de cair nos dois últimos pregões dos quase US$ 75 para pouco acima de US$ 71.
O ganho do adoçante, se se consolidar proximamente, ainda deve ficar limitado aos 12.80 c/lp o junho, se tanto, comentou Muruci, para quem a Índia pesa com suas 2,3 milhões de toneladas a serem exportadas.

Já o petróleo, ninguém arrisca, recheado de geopolítica: Donald Trump pressionando a Opep em aumentar produção até que os produtores se reúnam novamente nas próximas semanas; Arábia Saudita ainda sendo dúbia em suas intenções; e Irã fora das vendas no mercado formal e ameaçando retaliações ao embargo imposto pelos EUA.
Mas há uma tendência em que a produção não retome o ritmo de alta, segundo João Paulo Botelho,da INTL FCStone em entrevista nesta segunda ao Notícias Agrícolas (veja aqui).
Por mais que a o presidente americano jogue mais peso contra a Opep, os petroleiros não deverão atender totalmente, pois suas economias também não estão bem a ponto de cortarem a receita vinda do petróleo, crê Botelho, que, inclusive, deve revisar as previsões da consultoria para a safra do Centro-Sul com menos açúcar do que havia previsto antes.
Petrobras/gasolina
O aumento autorizado a partir desta quarta, de 3,54%, em torno de R$ 0,07, com o litro da refinaria passando a valer R$ 2,045, foi o terceiro do mês. E desde janeiro a gasolina subiu 35,5%. E para muitos não captou todo o movimento do brent,especialmente das últimas semanas.
Já foi manifestada apreensão do setor quanto ao represamento do repasse, podendo prejudicar não só a estatal quanto o etanol. Mas o governo garante não intervenção.
A competitividade do etanol segue, ainda amparada pelo fator cambial, com o dólar sempre próximo dos US$ 4, lembrou Maurício Muruci, da Safras. Na contramão da queda de mais de 6% pelo Cepea/Esalq (até a sexta, 26) e com usinas praticando até R$ 2,10, depois da queda de até R$ 0,20 centavos, completa o analista. 

Na Reuters: Preços do petróleo sobem com instabilidade na Venezuela e Arábia Saudita apoiando cortes

LOGO REUTERS
Por Henning Gloystein e Dmitry Zhdannikov
CINGAPURA/LONDRES (Reuters) - Os contratos futuros do petróleo avançavam nesta terça-feira, conforme o líder da oposição venezuelana pediu apoio aos militares para acabar com o governo de Nicolás Maduro e depois que a Arábia Saudita disse que o acordo para conter a produção da commodity pode ser estendido para além de junho, até ao final de 2019.
O petróleo Brent subia 1,11 dólar, ou 1,54 por cento, a 73,15 dólares por barril, às 9:34 (horário de Brasília).
O petróleo dos Estados Unidos avançava 1,05 dólar, ou 1,65 por cento, a 64,55 dólares por barril.
A situação na Venezuela, membro da Opep cujas exportações de petróleo foram atingidas por sanções dos Estados Unidos e por uma crise econômica, permanecia instável nesta terça-feira. O governo prontamente descartou qualquer sugestão de uma revolta militar.
Os comentários de apoio aos corte de produção do ministro de Energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, vieram apesar da pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, para a Opep elevar a produção de petróleo para compensar o déficit de oferta que se espera devido à intensificação das sanções de Washington contra o Irã.
"Houve um aumento nos preços mesmo sem a Venezuela devido aos comentários de Falih", disse o analista Olivier Jakob da Petromatrix.
Na semana passada, o Brent atingiu uma máxima de seis meses, acima dos 75 dólares o barril, por conta do aperto dos mercados globais em meio às sanções dos EUA ao Irã e à Venezuela, juntamente com problemas de exportação de petróleo da Rússia decorrentes de um oleoduto contaminado.
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Por: Giovanni Lorenzon
Fonte: Notícias Agrícolas

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