Publicado em 03/06/2019 17:04
Os preços da soja fecharam o pregão desta segunda-feira (3) com estabilidade na Bolsa de Chicago. As cotações terminaram o dia subindo pouco mais de 1 ponto nos principais contratos e, ao longo do dia, os ganhos foram um pouco mais expressivos. O julho foi a US$ 8,79 e o agosto a US$ 8,85 por bushel.
O mercado segue trabalhando muito atento à todas as questões climáticas dos Estados Unidos e iniciou a semana à espera de novas informações sobre a safra norte-americana 2019/20.
As condições de clima continuam bastante adversas para o progresso do plantio no Meio-Oeste americano, apesar das chuvas mais leves do que o previsto do final de semana e da ligeira janela que se abre para o produtores neste início de semana.
Afinal, mais chuvas fortes estão previstas para voltar ao Corn Belt a partir desta quarta-feira e, para o milho, por exemplo, a janela de plantio já foi encerrada no país. O mapa atualizado nesta segunda pelo NOAA, o serviço oficial de clima dos EUA, mostra elevados acumulados - de mais de 50 mm - ainda em estados como Illinois, Missouri, Indiana, partes de Ohio, todos no coração do cinturão.
A imagem traz a previsão para 3 a 10 de junho.
Diante destas condições e de um atraso que é considerado o pior da história dos EUA sobre o plantio dos grãos, os produtores norte-americanos enfrentam um período de decisões sobre a continuidade do plantio do milho, a migração para a soja ou a adesão ao programa do Prevent Plant.
No entanto, o atual cenário parece não estimular essa mudança, como explica o analista da Agrinvest Commodities, Marcos Araújo.
"Ao fazer a conta do seguro do Prevent Plant vale muito mais a pena o produtor fazer nesse momento - com a atual produtividade esperada da soja e os preços futuros em Chicago - não vai valer a pena ele nem plantar soja. Vale mais ele acionar o seguro que vai receber mais do que plantando a soja. Então, os preços em Chicago desincentivam os produtores a migrarem, deixarem de receber o Prevent Plant, para que ele arrisque plantando", detalha o especialista.
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A foto abaixo foi postada por Randy Price, produtor no centro norte do Missouri. "É assim que estão nossos campos de milho aqui em Livingston County, Missouri", diz a legenda. A imagem é de 27 de maio e retrata uma cena comum em vários estados.
Foto: Randy Price, no Twitter - Centro-norte do Missouri
No cenário político e macroeconômico, atenção à guerra comercial, já que começam a valer desde sábado (1) as tarifas de 25% dos EUA sobre produtos da China. A nação asiática já está retaliando.
EMBARQUES SEMANAIS
Também partindo do USDA, o mercado esteve atento ainda aos números dos embarques semanais de soja dos EUA, os quais ficaram dentro das expectativas e pouco impacto tiveram sobre os preços nesta segunda-feira.
Na semana encerrada em 30 de maio, os americanos embarcaram 498,771 mil toneladas da oleaginosa, contra projeções de 400 mil a 650 mil toneladas. No acumulado da temporada, o país já têm embarcadas 34.221,240 milhões de toneladas, contra mais de 46 milhões do mesmo período do ano passado.
PREÇOS NO BRASIL
A estabilidade em Chicago veio no mesmo dia em que o dólar registrou uma baixa de quase 1% frente ao real e pressionou as cotações no mercado brasileiro. Assim, a semana começou com as praças de comercialização do interior do Brasil com baixas de até 2%, como foi o caso de Pato Branco, no Paraná. Por lá, a saca terminou o dia com R$ 71,50.
As baixas foram generalizadas no interior, e também foram registradas nos portos do Brasil. Em Paranaguá, R$ 82,00 no spot e R$ 83,00 para o mês seguinte, com perdas de 0,97% e 0,60%. Em Rio Grande, perdas de 0,61% em ambos os casos, com os indicativos finais em R$ 81,00 e R$ 81,50 por saca.
Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas
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