Publicado em 01/07/2019 21:41
A queda do preço de várias commodities (bens primários com cotação internacional) exportadas e o leve crescimento das importações fizeram o saldo da balança comercial diminuir no primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano passado. Mesmo assim, foi o terceiro melhor da história para o primeiro semestre, de US$ 27,13 bilhões, só perdendo para os seis primeiros meses de 2018 (US$ 30,02 bilhões) e de 2017 (US$ 36,21 bilhões). O superávit é 9,6% inferior ao do mesmo período do ano passado.
Em junho, o Brasil exportou US$ 5,02 bilhões a mais do que comprou do exterior. Apesar da queda de 13,3% em relação ao superávit de junho do ano passado, o valor é o terceiro melhor para o mês, inferior apenas ao registrado em junho de 2018 (US$ 5,79 bilhões) e de 2017 (US$ 7,18 bilhões).
Commodities
Depois de fechar 2018 com superávit de US$ 58,959 bilhões, a balança comercial registrou recuo no primeiro semestre, provocado, principalmente, pelo desempenho das exportações, que caíram 1,8% pela média diária, somando US$ 110,89 bilhões nos seis primeiros meses do ano. A alta, de acordo com a Secretaria Especial de Comércio Exterior do Ministério da Economia, decorreu principalmente da queda média de 3,33% dos preços das mercadorias exportadas, o que não compensou o aumento de 1,58% no volume embarcado.
Na agropecuária, o preço médio das mercadorias exportadas caiu 10,9%, contra queda média de 4,7% no preço dos bens da indústria de transformação. Apenas os preços da indústria extrativa, beneficiados principalmente pela alta do petróleo no mercado internacional, registraram alta média de 5,1%.
As importações, em contrapartida, aumentaram. No primeiro semestre, o país comprou do exterior US$ 83,76 bilhões, valor 0,8% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. As compras de bens de capital (máquinas e equipamentos usados na produção) subiram 5,4% de janeiro a junho. As aquisições de bens intermediários aumentaram 1,9%.
O preço médio das mercadorias importadas caiu 5,92% no primeiro semestre, mas a quantidade comprada do exterior aumentou 7,14%.
Estimativa para 2019
Depois de o saldo da balança comercial ter encerrado 2018 em US$ 58,959 bilhões, o segundo maior resultado positivo da história, o mercado estima um superávit menor em 2019. Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, os analistas de mercado preveem superávit de US$ 50,8 bilhões para este ano. Até o mês passado, o Ministério da Economia projetava superávit de US$ 50,1 bilhões para o saldo da balança comercial em 2019.
Governo eleva para US$ 56,7 bi previsão de superávit comercial no ano
A equipe econômica elevou para US$ 56,7 bilhões a previsão de superávit da balança comercial para este ano. Revista a cada três meses, a estimativa foi divulgada hoje (1º) pelo Ministério da Economia.
Até o mês passado, o governo estimava que a balança comercial – diferença entre exportações e importações – encerraria o ano em US$ 50,1 bilhões. A alta no saldo, no entanto, não decorrerá da melhoria das vendas externas, mas porque as exportações e as importações cairão em relação às projeções originais.
Segundo a Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, as exportações deverão encerrar o ano com queda de 2% em relação ao valor exportado em 2018. As importações, em contrapartida, deverão cair 1,9%.
Em relação às exportações, o motivo é o desaquecimento do comércio global e a queda de preços em algumas commodities (bens primários com cotação internacional). As importações deverão cair por causa da lentidão na recuperação da economia brasileira.
“A expectativa de comércio internacional brasileiro não é extraordinária não apenas por causa do quadro geral da economia brasileira, de recuperação lenta, mas também por causa do panorama global. A economia global terá um crescimento ainda mais baixo decorrente do enfraquecimento das relações de comércio internacional. O Brasil, naturalmente, sofre consequências disso”, disse o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz.
A estimativa sobre as importações também foi afetada porque, no segundo semestre do ano passado, o Brasil importou US$ 8 bilhões em quatro plataformas de petróleo. Como as importações não se repetirão neste ano, a base de comparação ficou estimulada. Excluindo as operações com as plataformas, as compras externas encerrariam este ano em alta.
Ao longo desta década, o Brasil exportou plataformas de petróleo para subsidiárias de estatais no exterior, mas os equipamentos nem sequer chegaram a sair do país. Esse tipo de operação é amparado pelas normas de comércio internacional. Por causa do novo regime especial de tributação para o setor de petróleo, que entrou em vigor no ano passado, o país teve de reimportar essas plataformas, com impacto na balança comercial.
Reuters: Governo melhora estimativa para saldo comercial, mas por menor importação com economia fraca
- Terminal no Porto de Santos, São Paulo. 25/06/2018. REUTERS/Paulo Whitaker
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil registrou queda no superávit comercial de junho em relação a um ano antes, mas o governo melhorou a estimativa para o saldo total de 2019, puxada por uma piora mais acentuada no desempenho esperado para as importações, em meio à persistente fraqueza da atividade econômica.
Em junho, o país teve superávit comercial de 5,019 bilhões de dólares em junho, recuo de 4,2% em relação ao mesmo mês do ano passado, mostraram dados divulgados pelo Ministério da Economia nesta segunda-feira.
As exportações somaram 18,047 bilhões de dólares no mês, queda de 0,8% na comparação anual pela média diária, enquanto as importações alcançaram 13,027 bilhões de dólares, alta de 0,5%.
No semestre, o país acumulou um superávit comercial de 27,130 bilhões de dólares, recuo de 8,9% sobre igual intervalo do ano passado, também pela média diária.
O Ministério da Economia elevou sua estimativa de saldo para 2019, de um superávit de cerca de 50 bilhões de dólares para 56,7 bilhões de dólares.
A expectativa é que as exportações tenham queda de 2%, enquanto se espera que as importações cedam 1,9%, refletindo o baixo ritmo da atividade doméstica e global. A corrente de comércio --exportações mais importações-- deve recuar 2% neste ano.
Em abril, quando também divulgou estimativas, o governo previu que as exportações aumentariam 2,5% e que as importações saltariam 8%. Com isso, a corrente de comércio teria elevação de 4,9%.
A nova projeção está acima da estimativa do mercado para o ano --de 50,80 bilhões de dólares, segundo a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira--, mas segue um pouco abaixo do saldo positivo acumulado no ano passado, de 58 bilhões de dólares.
"A expectativa deste ano é de um crescimento global ainda mais baixo do que no ano passado, e naturalmente a gente sofre as consequências disso", afirmou o secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz, ao comentar as perspectivas para 2019.
DESTAQUES
Em junho, as importações de bens capital tiveram alta de 10,3% sobre um ano antes. As de bens intermediários recuaram 0,3% e a de bens de consumo caíram 12,2%.
Ao mesmo tempo, houve alta de 13,1% nas importações de combustíveis e lubrificantes.
Já no caso das exportações, houve avanço nas vendas de produtos básicos de 10,7%, a 9,570 bilhões de dólares.
As vendas externas de produtos manufaturados registraram queda de 7,2%, para 6,022 bilhões de dólares. As exportações de produtos semimanufaturados recuaram 6,8%, para 2,455 bilhões de dólares.
Fonte: Agencia Brasil/Reuters
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