segunda-feira, 31 de março de 2014

Nova Farm Bill causará danos ao Brasil, diz CNA

Nova Farm Bill causará danos ao Brasil, diz CNA 31/03/14 - 09:34 A nova lei agrícola americana vai continuar provocando impactos negativos no mercado internacional. A afirmação é do estudo, “Política Agrícola dos Estados Unidos e da União Europeia: Impacto no Agronegócio Brasileiro”, encomendado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Só para o algodão, a Farm Bill 2014 prevê parcela de renda de 19%, em média, no período de 2014 a 2018, diz o estudo. Segundo André Nassar, diretor da Agroicone, responsável pela pesquisa, no caso da fibra, os produtores norte-americanos têm apenas 20% de diferença entre o custo variável e a receita. “O seguro implementado como STAX cobre tudo. É 90% da renda e 80% de subsídio do prêmio. Não há perda”, afirma o diretor. Para Mark Langevin, assessor de Relações Internacionais da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que participou do debate, o grande problema é que há, agora, uma indústria do seguro nos EUA e seus agentes estimulam os produtores a plantar e contratar o seguro. “É um esquemão! O modelo de negócio do produtor americano não é pensado em produtividade ou mercado. É apenas um jogo de fazer maximizar suas indenizações de seguro”, diz. Segundo o Adido Agrícola do Brasil em Washington, Horrys Friaça, com a nova lei, a expectativa é de que o desembolso que vai direto ao bolso do produtor seja maior, ainda que os pagamentos diretos tenham sido cortados da Farm Bill. “Eles alteraram a maioria dos programas, mas só o montante estimado para desembolso no STAX é maior que o que se pagava com todos os programas eliminados”, explica Friaça. Para a presidente da CNA, Senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), o Brasil tem condições e produtos para concorrer com todos os mercados mundiais. “Só não podemos disputar com os subsídios que tornam a concorrência desleal.” Com a tendência de baixa dos preços em função do aumento da produção, principalmente nos EUA, as chances de utilização dos mecanismos de sustentação de preço e renda também aumenta, ampliando as distorções de mercado. ABRAPA – O presidente da Abrapa, Gilson Pinesso, vê o estudo como uma confirmação do que a Associação já vinha dizendo sobre a Farm Bill e também como uma força a mais para a possível batalha na OMC que o Brasil vai travar contra os Estados Unidos. “A CNA fez um trabalho brilhante com esta pesquisa. Isso nos ajuda a mostrar para o mundo como esta nova lei vai trazer danos para o mercado internacional de algodão”, afirma Pinesso. UE – A Política Agrícola Comum (PAC) da União Europeia é menos preocupante para o produtor brasileiro do que o caso americano. A versão de 2013 eliminou subsídios à exportação e transformou a maior parte das políticas de apoio em pagamentos diretos aos produtores, sem considerar os níveis de produção e o tipo de produto. Ainda assim, a CNA teme seus efeitos para os setores de açúcar e lácteos. Associação Brasileira dos Produtores de Algodão - Abrapa

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