quinta-feira, 26 de junho de 2014
Cavalo Campolina: Raça e marcha em perfeita união
Cavalo Campolina: Raça e marcha em perfeita união
26/06/14 - 15:41
Este cavalo permaneceu estagnado por muito tempo, preso a demandas antigas, mas, aos poucos, vem sendo modernizado. Enfim, clamores antigos dos usuários foram convertidos numa série de ações que, direta ou indiretamente, contribuem com o aperfeiçoamento da marcha. Foi criada a ENACAM, as exposições estão mais criteriosas, os associados agora recebem uma visita técnica anual gratuita, campolinas pampa concorrem de igual para igual com outras pelagens, os melhores da marcha picada agora são premiados e provas funcionais ocorrem em mostras com mais de 80 animais.
Parte do recurso ainda foi direcionada para renovar o sistema de informatização da associação, promover ações de marketing e patrocinar a raça nos grandes poeirões, que ajudam na construção de vitrines mais sólidas para o moderno Campolina. O passo seguinte é um pouco mais ousado e começará a valer em outubro, depois da 34ª Semana Nacional do Cavalo Campolina, com a virada do ano hípico. Morfologia e andamento passarão a ter o mesmo peso na classificação dos animais em julgamento, o que está sendo chamado de “50/50”, assunto que se tornou polêmico, mas que, na verdade, não impactará a grande massa dos selecionadores.
Tal decisão não foi precipitada. A sanção do presidente da Campolina Marchador aconteceu depois um estudo minucioso, encomendado ao Conselho Deliberativo Técnico (CDT) da associação para avaliar até que ponto a raça seria beneficiada. Este órgão tem total autonomia para implantar projetos de caráter emergencial que levem ao crescimento, entretanto, criadores, usuários e profissionais credenciados manifestaram opinião por meio de uma pesquisa por correspondência. Na apuração, quase 70% dos votos foram a favor da proposta.
BELEZA MUDA COM O TEMPO
Em reuniões do CDT, muito se falou sobre definições de “beleza”. Antes, quanto maior fosse o tamanho da cabeça, o comprimento do pescoço e a estatura, mais belo era o animal, mesmo sabendo que proporções exageradas e desproporcionais afetariam o centro de equilíbrio dos cavalos e, consequentemente, a qualidade do andamento. Ao longo do tempo, os próprios selecionadores presenciaram que mesmo a “beleza morfológica” muda com o tempo, hoje sendo influenciada pelo usuário.
A preferência atual é por indivíduos medianos, mais compactos, proporcionais e exímios marchadores. “Com essa medida, devemos acelerar um pouco mais o processo de evolução, sendo mais agressivos quanto ao andamento. Assim, reafirmamos de uma vez por todas o nosso desejo de moldar no Campolina um cavalo completo”, explica Carlos Vilhena Vieira, presidente do CDT.
FUNCIONAMENTO
Para facilitar o entendimento do leitor menos familiarizado aos detalhes dos julgamentos, atualmente, morfologia exerce 60% de influência na escolha dos campeões. Funciona da seguinte forma: os 20 pontos conquistados pelo primeiro colocado são multiplicados por 0.6 (60%) para que seja calculada a pontuação neste quesito. Com a marcha funciona da mesma forma, entretanto, o fator multiplicador é menor: 0.4 (ou 40%). A soma de ambas gera a classificação final do animal.
Quando o “50/50” entrar em vigor, independentemente da expressão aritmética, beleza e andamento passam a valer a mesma coisa. Em casos de empate, deverá ser considerado o modelo ainda vigente, pelo menos até que as provas funcionais passem a contar pontos na classificação. “Será um estímulo para que os criadores sincronizem os trabalhos de seleção ao que pede o padrão racial, que é completo e não deve sofrer mudanças”, afirma Vilhena.
Agrolink com informações de assessoria
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