sexta-feira, 29 de abril de 2016

29/04/2016 - 16:54

Simpósio aborda aumento de produtividade e futuro da pecuária brasileira





Pauta Pronta



A eficiência reprodutiva do rebanho bovino foi amplamente abordada na noite desta quinta-feira (28) durante o 2° Simpósio da Pecuária de Corte que aconteceu em Rondonópolis (MT). O evento contou com três palestras que trouxeram experimentos, resultados, produtos, demandas e desafio nas propriedades rurais que implementaram a tecnologia de Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF).

O pesquisador e professor Dr. Pietro Baruselli abriu as ministrações apresentando estratégias para melhorar a produção de vacas de corte. Para ele, a tecnologia além de introduzir a inseminação, traz ganho genético, possibilita o incremento do rebanho, o que resulta em um impacto econômico significativo ao longo dos anos nas propriedades com a eficiência reprodutiva.

“O rebanho brasileiro é composto por 80 milhões de vacas reprodutivas e destas apenas 12% são inseminadas. A IATF procura facilitar o processo, tanto que já está chegando a pouco mais de 15 anos, a 80% de todas as técnicas de inseminações utilizadas no Brasil”, destaca o professor.
Conforme o pesquisador, hoje a técnica já substituiu a forma tradicional de inseminação, porém ainda há muitas vacas cobertas por touros sem avaliação genética, o que não permite a transmissão das características de qualidade.

“Temos que aumentar o percentual de vacas inseminadas com uma grande finalidade de melhorar a genética. O benefício é grande, conseguimos com esta tecnologia, fazer a vaca emprenhar muito cedo após o parto, não esperamos mais o cio para isso. Induzimos a ovulação e assim conseguimos fazer ela emprenhar cedo, fazendo produzir um bezerro por ano, o que é zootecnicamente desejável. No Brasil uma vaca produz um bezerro a cada 17 meses”, compara Baruselli.

O segundo palestrante da noite, Rodrigo Chiroli, do departamento técnico da Ouro Fino, avaliou o evento como muito positivo, pois com casa cheia, conseguiu trazer em uma única linguagem a melhoria de matrizes, a evolução do mercado e o que a empresa oferece em termos de produtos e corpo técnico no Mato Grosso.
“Na grande maioria dos nossos clientes a tecnologia IATF tem sido utilizada. Os produtores tem tido uma boa aceitação, e esses retornos tem acontecido junto aos nossos consultores que estão atendendo no campo, colhendo junto cada resultado. A Ouro Fino está à disposição, estamos com um time muito bom no Mato Grosso, composto por 12 profissionais, sendo sete deles técnicos voltados ao consumidor para levar tecnologia para as propriedades”, explica Chirolli.

O organizador do evento, Aylon Arruda, diretor da empresa Zoofértil, diz que o objetivo do evento foi alcançado, pois além de trazer tecnologia, reuniu produtores interessados em conhecer o que há de melhor na indústria e o que pode ser utilizado no campo.

“A IATF pode ser utilizada pelo pequeno, médio e grande produtor. É uma tecnologia conhecida, mas precisa ser bem utilizada para que a pecuária não tenha perdas. O Brasil é o país que tem a maior condição de produzir carne e leite no mundo, e nosso futuro é promissor, temos que aproveitar esse momento. Paulatinamente estamos crescendo e vamos conseguir ultrapassar os Estados Unidos e sermos líder nestes dados”, prevê Arruda.

REFLEXOS DA CRISE - Marcus Buso que é gerente de marketing e produtos no segmento gado de corte da empresa Ouro Fino, ponderou a conjuntura econômica do país, pois falar em tecnologia e investimento é complicado neste momento de crise, mas para ele é fundamental melhorar a cadeia de produtividade, otimizando aquilo que já se tem, usando a mesma estrutura para ter maior desfrute.

“A pecuária é um dos únicos setores que não estão sentindo a crise. Os dados nos deixam otimista quanto à exportação, é hora de investir e acreditar. Não vemos ninguém que aderiu a tecnologia sair dela. É um setor bom, o país está preparando uma produção de fêmeas muito grandes, estamos na contramão do mundo. Minhas expectativas são as melhores para os próximos anos”, anseia Michel Torteli, chefe da mesa de negociações do Minerva Foods.

Guilherme Bazagli que é produtor e veterinário já utiliza a técnica em sua propriedade e a avaliação do simpósio foi muito positiva, pois trouxe novidades na implantação da IATF. “Os novos protocolos e novos produtos hormonais para aumentar a taxa de prenhes utilizados chamou muita atenção, vi que é possível aprimorar e ter ainda mais resultados”, pontuou.

Já o produtor Gilson Alves Dourado disse que ainda há muita resistência para a inserção da inseminação artificial nas propriedades e que um evento como este promove conhecimento e amadurecimento das ideias acerca do assunto provando o quanto é viável.

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