sábado, 31 de março de 2018

Quase 40% do preço dos ovos de Páscoa corresponde a imposto

Da Redação - André Garcia Santana
31 Mar 2018 - 09:10




Dos sofisticados aos mais simples, com ou sem brinquedos, os ovos de páscoa podem mostrar um lado nada doce para o consumidor brasileiro. Isso porque quando se paga o valor médio de R$ 40 pelo produto, R$ 15,40 são destinados aos cofres públicos em forma de tributos, ou seja, 38,53% do preço final. A porcentagem é do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), que analisou os valores cobrados itens e os serviços mais populares nesta época do ano.


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Mesmo diante disso, a expectativa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá) é de um crescimento de aproximadamente 6% nas vendas na capital. O aumento é atribuído a queda da inflação, somada a juros mais baixos e à retomada de confiança do consumidor. “Tivemos os últimos anos com baixa nas vendas durante o período, porém agora acreditamos em um resultado positivo já que a própria indústria do chocolate está investindo em inovação e produtos mais baratos”, diz o superintendente do órgão, Fábio Granja.

De acordo com o presidente-executivo do IBPT, João Eloi Olenike, se a carga tributária incidente sobre esses produtos não fosse tão elevada, o brasileiro teria condições de consumir mais e melhor nesta época do ano. O tributarista ainda completa: "o sistema tributário brasileiro, excessivamente concentrado no consumo, faz com que os brasileiros de menor renda acabem pagando, proporcionalmente, mais impostos do que aqueles que possuem uma renda maior".

Neste cenário, os supermercados são os mais beneficiados com as vendas desse período. “Os supermercados acabam faturando mais devido a venda de ovos de chocolate e também de outros produtos bastante consumidos nessa época, como por exemplo, peixes e bebidas”, ressaltou o superintendente. Outros setores como o de turismo, bares e restaurantes também acabam tendo mais movimento nos dias do feriado de páscoa. “São vários segmentos que são beneficiados e isso é muito bom e importante, já que movimenta a economia e gera mais emprego”, finalizou Granja.

Outros produtos

Encomendada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a pesquisa do IBTP mostra ainda que a menor parcela entre os itens de páscoa é do coelho de pelúcia (29,92%). Já vinho importado (69,73%), vinho nacional (54,73%) e bacalhau importado (43,78%) figuram entre os itens com maior carga de impostos.
 
Segundo a entidade, quem almoçar fora no domingo de Páscoa vai desembolsar 32,31% da conta em tributos. A sobremesa vai ser amarga com as tributações de 39,61% do chocolate, 38,68% da colomba pascal e 37,61% do bombom.

“As taxas de impostos incidentes sobre os produtos de Páscoa são elevadas. O consumidor precisa ficar atento e ter consciência do quanto está pagando”, comenta Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). “Seria razoável a redução dos impostos. Como isso é pouco provável, dada a alta do déficit primário, é preciso ter mais qualidade na administração dos recursos arrecadados, para que o dinheiro seja revertido em melhorias efetivas dos serviços públicos”, analisa Burti.

Geração de empregos na Capital

Granja destaca também a geração de emprego nesse período. Uma grande oportunidade para quem ainda não conseguiu uma colocação no mercado de trabalho. “Geralmente as empresas contratam trabalhadores temporários nessa época como caixas, estoquistas, repositores, vendedores, então, com certeza para quem está desempregado e procurando uma vaga esse é um bom momento”, disse.

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