O Brasil deverá colher 235,3 milhões de toneladas de grãos na safra 2018/2019, de acordo com o mais recente levantamento da Conab
O Brasil deverá colher 235,3 milhões de toneladas de grãos na safra 2018/2019, de acordo com o mais recente levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) - resultado inferior apenas ao de dois anos atrás, que chegou a 238,8 milhões de toneladas. Não fosse a ligeira quebra nas plantações de soja, por motivos climáticos, o país poderia comemorar o estabelecimento de um novo recorde. A previsão é de que a soja, responsável por quase metade da colheita de grãos, alcance 113,8 milhões de toneladas, um recuo de 4,6% sobre a safra passada. Mesmo assim, o aumento na produção de milho (16,5%) e de algodão (32%) deverá compensar o menor desempenho da soja e do arroz (com queda esperada de 11,7%), resultando num avanço de 3,4% na safra de grãos atual em relação à de 2017/2018.
A queda na produção de soja é vista pelos analistas como episódica, devendo ser revertida já na safra seguinte, uma vez que a área plantada com a oleaginosa continua crescendo - aumentou 1,8%, segundo a Conab, correspondendo ao plantio de 35 milhões de hectares. Para o agrônomo Victor Ikeda, do Rabobank, é provável que o Brasil se torne o maior produtor mundial de soja já na safra 2019/2020, ultrapassando os Estados Unidos. "Esperamos uma produção entre 119 e 120 milhões de toneladas, com base na tendência de crescimento da produtividade e de ampliação da área plantada de soja nos últimos anos", diz Ikeda.
O Rabobank - que faz projeções para o agronegócio mundial com uma equipe de 80 pesquisadores espalhados por 13 países - prevê para 2027/2028 uma colheita de soja ao redor de 157 milhões de toneladas para o Brasil e uma de 140 milhões de toneladas para os EUA. Dessa maneira, a soja, que respondeu por mais de 40% do valor arrecadado nas vendas externas brasileiras em 2018 (considerando-se os embarques do produto em grão ou na forma de farelo), tem tudo para continuar sendo o principal item de exportação do país na próxima década.
Os especialistas do banco holandês preveem crescimento para todo o agronegócio brasileiro nos próximos anos, garantindo o protagonismo do país também na produção e exportação de café, suco de laranja, celulose, açúcar, etanol e carnes bovina e de frango. "O país pode até ser superado na produção de um ou outro item eventualmente, mas continuará liderando a exportação desses produtos", afirma o analista Andy Duff. Ele cita como exemplo o caso do açúcar, cuja produção indiana superou ligeiramente a do Brasil na safra atual e na passada, o que não afetou a posição brasileira de maior exportador do produto. "E já na safra 2019/2020 o Brasil deve voltar a ser o maior produtor, pois tudo indica que haverá um aumento de 3% aqui e uma redução de 6% na Índia", informa.
No caso do café, a grande vantagem brasileira sobre os demais produtores está longe de ser ameaçada: a última safra foi recorde, de 60,6 milhões de sacas, equivalente a um terço de toda a produção global e ao dobro do resultado alcançado pelo segundo colocado, o Vietnã. "Em razão do estoque formado, nossa previsão para a safra 2019/2020 é de uma produção de 57,6 milhões de sacas", revela Guilherme Morya, do Rabobank.
Suco de laranja e celulose também seguirão como produtos campeões de exportação. Mesmo com um recuo de 35% na safra atual, o Brasil ainda responde por 65% da produção mundial de suco de laranja e espera-se uma recuperação em torno de 15% na temporada 2019/2020. No mercado de celulose de fibra curta, o país é responsável por 30% da produção global e continua avançando: aumentou em 8% o processamento de madeira em 2018 e deve crescer mais 2% este ano.
Na área de proteína animal, houve um incremento de 4% na produção de carne bovina e de 11% nas exportações em 2018. Para este ano, a expectativa é de aumento de 2% nos abates e de 4% nas vendas externas. Quanto à carne de frango, depois do ótimo desempenho em 2018, no qual o país respondeu por 35% das exportações do produto, houve uma redução de 10% nos embarques internacionais neste primeiro trimestre, em razão de novas restrições impostas pela Arábia Saudita e pela União Europeia. Mas espera-se uma recuperação ao longo do ano, em virtude do crescimento da demanda chinesa - que sofre com a peste suína africana.
Data de Publicação: 29/04/2019 às 12:00hs
Fonte: Avisite
Fonte: Avisite
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