Publicado em 04/06/2019 18:24
Por Henning Gloystein
CINGAPURA (Reuters) - Os mercados de energia têm sofrido em meio à disseminação de preocupações de que uma desaceleração econômica impactará negativamente o consumo de petróleo, gás natural e carvão.
O petróleo, combustível mais utilizado do mundo, já viu seus preços caírem cerca de 20% ante o pico registrado em 2019, no final de abril, com os futuros do petróleo Brent ameaçando cair abaixo de 60 dólares por barril pela primeira vez desde janeiro.
Enquanto isso, os preços para o carvão térmico e o Gás Natural Liquefeito (GNL), utilizados principalmente para geração de energia elétrica, caíram para mínimas em anos, em meio a uma fraca demanda.
As derrocadas nos preços vêm em meio a uma desaceleração econômica e uma escalada global de tensões comerciais, especialmente entre Estados Unidos e China.
Temores de um crescimento econômico mais lento estão afligindo todo o complexo energético com preocupações de que o crescimento da demanda será baixista neste ano", afirmou o principal analista de energia da Economist Intelligence Unit (EIU), Peter Kiernan.
Ele acrescentou que o EIU reduziu sua projeção para o crescimento econômico global para 2,6% em 2019, ante 2,7% anteriormente. No começo do ano, a maior parte das projeções para o crescimento global era de 3% ou mais.
Mas alguns economistas são ainda mais pessimistas.
"Projeções no mercado sobre uma recessão global não ajudaram o sentimento", escreveu o banco ANZ em nota nesta terça-feira. "A contínua escalada das tensões comerciais e uma ampla queda na indústria... sugerem que os riscos de revisão para baixo no crescimento estão ficando mais proeminentes", disse o banco norte-americano Morgan Stanley.
DEMANDA POR ENERGIA
A desaceleração econômica não assusta apenas operadores do mercado financeiro, que estão retirando dinheiro dos futuros da commodities de energia para colocá-lo em ativos vistos como abrigos seguros, como o ouro.
Ela também está começando a impactar os preços físicos da energia, conforme consumidores seguram novos pedidos, em um sinal de que uma desaceleração real já pode ser sentida.
Na China, refinarias estão segurando a apresentação de novos pedidos para importações de petróleo, antecipando preços mais baixos quando a demanda cair mais.
Nos mercados de carvão, cargas spot de carvão térmico australiano para exportação pelo terminal Newcastle tiveram seu último fechamento a 68,25 dólares por tonelada, menor nível desde agosto de 2016, com recuo de 44% frente a máximas registradas há um ano.
Os preços futuros de referência do carvão caíram para mínimas de dois anos, abaixo de 65 dólares, ao final de maio.
O mercado de GNL da Ásia também mostra fraqueza, com os preços agora 60% abaixo de máximas de 2018.
Fonte: Reuters
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