Publicado em 04/06/2019 19:39
NOVA YORK (Reuters) - Os três principais índices acionários de Wall Street tiveram um rali nesta terça-feira, na maior alta em cinco meses, depois de o chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, deixar a porta aberta para um possível corte nos juros.
Powell disse que o banco central norte-americano agiria "apropriadamente" para lidar com riscos da guerra comercial. Powell disse ainda que o Fed está "monitorando de perto as implicações" de uma disputa comercial que tem abalado os mercados globais.
Os comentários foram feitos um dia depois de o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, afirmar que um corte de taxa poderia ser justificado em breve.
A alta do S&P 500 nesta sessão foi a mais forte desde 4 de janeiro, quando Powell sinalizou uma postura mais "dovish" após as vendas generalizadas de ações ocorridas no fim de 2018, com a promessa de que o Fed seria paciente e flexível com a trajetória da taxa de juros.
Investidores têm apostado que o banco central dos EUA vai reduzir os juros pelo menos uma vez até o final de 2019, de acordo com a ferramenta Fedwatch, do CME Group. As declarações de Powell desta terça-feira corroboraram essas apostas.
"Dado o fato que há mais de 95% de probabilidade de um corte de taxa de juros, conforme contratos futuros de juros, é bom ouvir o Fed dizer que irá esperar que a economia lhe diga o que fazer. Se a economia desacelerar por causa das tarifas, o Fed vai considerar reduzir juros", afirmou JJ Kinahan, estrategista-chefe de mercado na TD Ameritrade.
O índice Dow Jones subiu 2,06%, a 25.332 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 2,143235%, a 2.803 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composto avançou 2,65%, a 7.527 pontos.
Trump promete acordo comercial pós-Brexit "fenomenal" ao Reino Unido e solução para caso Huawei
LONDRES (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu nesta terça-feira firmar um acordo comercial "fenomenal" com o Reino Unido após a separação britânica da União Europeia e resolver quaisquer diferenças com o governo britânico quanto ao papel da empresa chinesa Huawei na construção de redes 5G.
Após ser recepcionado pela rainha Elizabeth no primeiro dia de sua visita de Estado ao país na véspera, Trump se voltou para a política nesta terça-feira, parabenizando a primeira-ministra de saída, Theresa May, e elogiando dois de seus possíveis sucessores.
O colapso da liderança de May, provocado pelo Brexit, provocou temores de que Trump pudesse humilhá-la publicamente.
Ao invés disso, Trump passou longe de qualquer retórica que pudesse constrangê-la e comentou até temas mais delicados, como a sucessão da premiê e a Huawei.
Trump mencionou o ex-prefeito de Londres Boris Johnson, que disse que o Reino Unido deveria sair da UE em 31 de outubro com ou sem acordo, e Jeremy Hunt, secretário das Relações Exteriores que desaconselhou uma desfiliação sem acordo.
"Conheço Boris, gosto dele, gosto dele há muito tempo. Acho que ele faria um ótimo trabalho", disse Trump a repórteres em uma coletiva de imprensa ao lado de May na chancelaria britânica.
"Conheço Jeremy, acho que ele faria um ótimo trabalho", acrescentou.
Quando indagado se uma decisão provisória de ministros britânicos de permitir à Huawei um papel limitado nas redes 5G afetará a cooperação de segurança com o maior aliado do Reino Unido, Trump disse que resolverá as questões.
"Temos um relacionamento de inteligência incrível e conseguiremos resolver quaisquer diferenças", afirmou.
"De fato o debatemos, não vejo absolutamente nenhuma limitação, jamais tivemos limitações, este é um aliado e parceiro realmente ótimo e não teremos problema com isso".
O governo Trump disse a aliados para não usarem tecnologia e equipamentos 5G da Huawei por temer que isso permitiria à China espionar comunicações e dados sigilosos. A Huawei nega que é, ou poderia ser, um veículo da inteligência chinesa.
Quanto ao Brexit, Trump disse que ele acontecerá.
"Eu diria... penso que acontecerá e provavelmente deveria acontecer. Este é um grande, grande país e quer sua própria identidade, quer ter suas próprias fronteiras, quer cuidar de seus próprios assuntos. Este é um lugar muito, muito especial".
Fonte: Reuters
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