Publicado em 30/08/2019 19:23
(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira que teve uma "conversa bastante produtiva" com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e reafirmou a soberania brasileira sobre o trecho da Amazônia que está no território do país.
"Hoje tive uma conversa bastante produtiva com a chanceler Angela Merkel, a qual reafirmou a soberania brasileira na nossa região amazônica. A pedido do governo alemão, o Serviço Europeu de Ação Externa foi mobilizado para avaliar a situação das queimadas na América do Sul", disse o presidente em sua conta no Twitter.
"Segundo o Seae, as informações de satélite do Sistema Copernicus demonstram que a área com queimadas no Brasil teve um decréscimo entre janeiro e agosto de 2019, levando-se em conta o mesmo período de 2018, o que prova o compromisso do nosso governo com a questão ambiental", acrescentou o presidente na rede social.
A Alemanha suspendeu financiamento de projetos ambientais no país, inclusive do Fundo Amazônia, devido a políticas do governo.
Em nota sobre a conversa entre Bolsonaro e Merkel, o Palácio do Planalto disse que o presidente agradeceu "o esforço dos países em colaborar com Brasil, na missão de combater as queimadas sazonais que ora afetam a Amazônia Legal".
Ainda segundo a nota, o presidente atualizou a chanceler quanto aos esforços feitos até o momento, "os êxitos alcançados e ratificou a posição brasileira de não cogitar qualquer discussão quanto à soberania do nosso território, bem como sobre a governança de eventuais recursos e apoios que possam ser concedidos ao Brasil".
"Por fim, (Bolsonaro) deixou claro (a Merkel) que em relação ao presidente Macron, da República Francesa, sua posição firme tem caráter pessoal em face dos ataques perpetrados por aquele chefe de Estado contra a sua pessoa e contra o nosso país", acrescenta a nota.
Bolsonaro tem protagonizado uma troca pública de farpas com o presidente da França, Emmanuel Macron, desde que ele se referiu à Amazônia como "nossa terra" ao comentar os incêndios florestais e defendeu que o assunto fosse discutido em reunião no G7, grupo do qual o Brasil não faz parte, no último fim de semana.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), o desmatamento na floresta amazônica aumentou cerca de 67% nos primeiros sete meses de 2019 na comparação com o ano passado.
Bolsonaro diz que espera novidade dos EUA sobre ajuda para Amazônia
(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que espera alguma novidade dos Estados Unidos em relação ao pedido de ajuda feito ao presidente norte-americano, Donald Trump, para enfrentar queimadas na Amazônia, e disse que também deve conversar por telefone ao longo do dia com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel.
Bolsonaro disse que aguarda alguma novidade dos Estados Unidos, uma vez que o chanceler Ernesto Araújo e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente e cotado para a embaixada em Washington, estão nos EUA para um encontro com Trump.
"Talvez eles tenham algo para adiantar na conversa com o Trump, que eu pedi para o Trump nos ajudar", afirmou Bolsonaro a jornalistas na saída do Palácio da Alvorada.
Na quinta-feira, Eduardo disse que iria agradecer ao presidente norte-americano pela defesa que fez do Brasil durante reunião do G7 no fim de semana passado e contra a posição do presidente francês, Emmanuel Macron, sobre a elevação dos incêndios florestais na Amazônia.
Uma autoridade do governo dos EUA confirmou à Reuters que o chanceler e o deputado terão encontros com importantes autoridades norte-americanas na Casa Branca nesta sexta-feira, mas não citou uma reunião com Trump.
Bolsonaro também afirmou que está prevista para esta sexta-feira uma conversa por telefone com Merkel, cujo país suspendeu o envio de recursos para o Fundo Amazônia diante do aumento no desmatamento no Brasil desde o final do ano passado.
"Hoje está previsto falar por telefone com Angela Merkel, ela começou com um tom, depois foi para a normalidade. Eu estou pronto para conversar com uns, exceto com nosso querido Macron, a não ser que ele se retrate sobre a nossa soberania na Amazônia, aí eu converso com ele", disse Bolsonaro, voltando a citar a polêmica com o presidente da França.
O presidente, que na véspera chamou de "esmola oferecida pelo Macron" uma ajuda de 20 milhões de dólares para a Amazônia anunciada pelo presidente francês na cúpula do G7, disse que o Brasil está aberto a receber recursos de outros países, mas que a oferta de Macron de doar em nome do G7 "não é verdade".
Bolsonaro também adiantou que pode fazer uma viagem à Amazônia na próxima semana, depois que a região registrou incêndios florestais que geraram forte pressão internacional sobre o Brasil.
Questionado por repórteres sobre terras indígenas, Bolsonaro também respondeu que pretende não mais demarcar reservas no Brasil e disse que quer revisar algumas das que foram demarcadas sobre as quais existam indícios de irregularidades.
Mourão vê lobby de agricultores franceses em posições de Macron
Em evento no Rio, Hamilton Mourão disse que Emmanuel Macron foi influenciado pelo lobby dos agricultores franceses ao se opor ao acordo União Europeia-durante a reunião do G7, registra O Globo.
A posição do presidente da França, que acabou isolado no tema, foi defendida em meio à crise entre ele e Jair Bolsonaro em torno dos focos de incêndio na Amazônia.
“O presidente francês enfrenta problemas internos. A questão do acordo entre a União Europeia e o Mercosul atinge um dos maiores lobbies da Europa, que é o dos agricultores. A nossa agricultura entrando lá é como um gigante chegando”, afirmou o vice-presidente.
Mourão declarou ainda, sobre a reação da França às queimadas, que é preciso divulgar a informação de que elas acontecem todos os anos –como, comparou ele, o feriado do Sete de Setembro. (por O ANTAGONISTA)
Fonte: Reuters
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