segunda-feira, 29 de julho de 2013
29/07/2013 19:10
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12º Congresso da Abag sobre logística e infraestrutura será aberto por Bernardo Figueiredo
O evento está marcado para o dia 5 de agosto, em São Paulo, e debaterá, entre outros temas, as razões que levam a soja brasileira a sair do Centro-Oeste 10% mais competitiva que a similar americana e chegar à China 10% mais cara
Mecânica de Comunicação ? Asses
O presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, autoridade máxima do governo federal para a definição dos programas e da política de investimentos em obras de infraestrutura no País, fará a palestra de abertura do 12º Congresso Brasileira do Agronegócio, que será promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), no dia 5 de agosto, em São Paulo. O encontro debaterá saídas para os gargalos logísticos que atrapalham o escoamento da safra, durará o dia todo e contará também com as participações de autoridades, analistas e lideranças ligadas ao agronegócio.
Um dos pontos que merecerá atenção especial dos participantes do Congresso é a discussão sobre os impactos econômicos da falta de infraestrutura sobre o escoamento da safra. Será lembrado, por exemplo, que a soja brasileira sai das fazendas do Centro-Oeste 10% mais competitiva do que sua similar americana, mas chega à China 10% mais cara em função dos custos de transportes vigentes no Brasil. Aqui, a despesa para levar um contêiner de grãos até o porto alcança a média de US$ 1.790,00, enquanto os concorrentes transportam o mesmo contêiner por US$ 621,00, em média. Já a movimentação de um contêiner dentro do Porto de Santos custa US$ 360,00, contra US$ 190,00 no Porto de Roterdã, na Holanda; US$ 270,00 em Hamburgo, na Alemanha, e US$ 197,00 em Cingapura.
Para as lideranças do agronegócio, a falta de infraestrutura adequada é o principal fator de perda de competitividade do setor no País, uma vez que dentro da fazenda, o produtor brasileiro já demonstrou ter competência de sobra. “Precisamos encontrar políticas que nos possibilitem virar esse jogo para termos melhores condições de competir com produtores dos Estados Unidos, Argentina e de outros países com os quais disputamos o comércio internacional de commodities agrícolas”, diz Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag
Na avaliação do presidente da associação, as deficiências devem se agravar ainda mais em função das perspectivas de aumento da produção e também da maior necessidade de alimentos e de energia projetada pela OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Segundo a organização, o mundo necessitará de um aumento da ordem de 20% na produção de alimentos até 2020 para atender a demanda da população. E a maior parte dessa elevação na produção – 40% – deverá ser conseguida, segundo a OCDE, pela agricultura brasileira.
Quando tal demanda for atendida não faltarão somente estradas, ferrovias, estruturas para hidrovias e portos que faltarão. A atual estrutura de armazenamento do agronegócio brasileiro também é bastante deficitária. Um levantamento do Ministério da Agricultura apontou que a capacidade estática de estocagem nas fazendas brasileiras hoje é de 15%. Na Argentina, esse índice está entre 35% e 45%; na Austrália, em 35%, nos Estados Unidos entre 55% e 60% e no oeste do Canadá em impressionantes 85%. Segundo cálculos do governo, estima-se ser necessário um investimento da ordem de R$ 16 bilhões apenas para reduzir o déficit de armazéns.
Ao montar a estrutura do Congresso, a direção da Abag tomou o cuidado de incluir palestrantes das diversas áreas relacionadas com o problema, envolvendo o setor produtivo, analistas e também representantes dos gestores estatais. Assim, o evento, além do presidente da EPL, Bernardo Figueiredo, terá ainda a participação de economistas, analistas de investimentos, consultores da área agrícola, além das principais lideranças do agronegócio brasileiro. Deverão participar dos debates os economistas Yoshiaki Nakano, da Fundação Getúlio Vargas e Alexandre Schwartsman, da Schwartsman & Associados; os ex-ministros da Agricultura Roberto Rodrigues e Alysson Paolinelli, além de Paulo Herrmann, vice-presidente para a América Latina da John Deere, Afonso Mamede, presidente da Sobratema - Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração, entre outros.
Paralelamente aos debates, haverá também espaço para diversas homenagens. Serão entregues: o prêmio “Norman Borlaug” para Alfredo Scheid Lopes. Trata-se de um dos maiores especialistas em fertilidade e manejo de solos tropicais. Lopes é professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e autor de 16 trabalhos científicos publicados no Brasil e no exterior, 56 trabalhos publicados em congressos, além de sete livros. Será homenageado também, com o prêmio “Ney Bittencourt de Araújo”, o agrônomo Cristiano Walter Simon, consultor da Andef – Associação Nacional de Defesa Vegeta e também da Câmara Temática de Insumos Agropecuários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (CTIA/Mapa), além de membro do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Haverá ainda uma homenagem aos 40 anos da Embrapa.
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