segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Mato Grosso terá ano novo com mais recordes e problemas

Mato Grosso terá ano novo com mais recordes e problemas 30/12/2013 08:28 A sucessiva quebra de recorde da produção de soja, em Mato Grosso, prova a cada safra que produzir é a vocação do Estado. Os números superlativos a cada balanço mostram que da porteira para dentro, os sojicultores são experts nesse negócio. Produzir não é e nunca será problema. Desse ponto de vista, o da quantidade e da qualidade, a soja vai muito bem, obrigada! O ano de 2013 termina com mais uma coleção de recordes à cultura em que Mato Grosso lidera a produção nacional e que participa com cerca de 9% de todo o grão ofertado no mundo. O Estado que virou referência na sojicultora, e por sua vez no agronegócio, termina uma safra e começa a outra preocupado mais uma vez, com que está para além da porteira. Para 2014 as análises indicam novos recordes e mais problemas: para armazenar, escoar e comercializar, já que a superoferta do grão que já vem pressionando as cotações desde julho promete, se tudo correr como o planejado, corroer ainda mais a renda do campo e encarecer o frete que já é, entre os grandes produtores mundiais – Estados Unidos, Argentina e Brasil – o mais caro para o transporte e exportação do grão. Como destaca o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) o ano de 2013 foi de mais quebras de recordes ao Estado, alguns bons e outros nem tanto. “Tivemos a maior área semeada da história, com 7,9 milhões de hectares, o que possibilitou a produção de 23,7 milhões de toneladas, maior produção do Estado até então”. Ainda contabilizando os feitos de 2013, os analistas do Imea acrescentam que Mato Grosso deverá exportar 12,4 milhões de toneladas, gerando US$ 6,6 bilhões em receita, até o último dia útil do ano. “Entretanto, esses números expressivos trouxeram alguns problemas para os produtores. Um deles foi a elevação do frete, que ocorreu devido à grande quantidade de soja que teve de ser retirada das lavouras, em pouco espaço de tempo e ainda ser embarcada logo nos portos, devido à falta de espaço para armazenagem. Desta forma, em algumas cidades o preço do frete chegou a ter mais de 50% de aumento, ultrapassando R$ 19/sc para ser transportado até o porto. Outro recorde que não foi nem um pouco bom, foi o custo de produção da safra 2013/14, que na média ponderada com a comercialização no Estado ficou em R$ 2.347,47/ha, 23% maior que o da safra anterior. Este custo elevado afeta a margem do produtor, que tem de ser mais eficiente para conseguir obter lucro”. Conforme o Imea, com uma produção de 52sc/ha, o produtor terá um custo de R$ 45,14/sc, isso sem considerar as aplicações contra a lagarta Helicoverpa, “praga que por sinal foi outra surpresa nada agradável para os produtores, que veem seu custo de produção cada vez maior”. MERCADO - Os preços da saca de soja no mercado interno mato-grossense iniciaram o ano de 2013 em níveis mais altos do que no ano anterior, mantendo este comportamento até o final da colheita da safra 12/13, no início de abril. A partir de março começaram a ser divulgadas as estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda, sigla em inglês) para a safra 13/14 e, devido à expectativa de uma boa safra mundial, os números apurados passaram a influenciar negativamente os preços internos. “No início de agosto a saca da oleaginosa chegou a apresentar desvalorização de mais de 30% no comparativo com 2012. Para a soja futura, os valores negociados estão abaixo do preço físico, indicando que esses preços apresentarão queda no início de 2014”, alertam os analistas. 2014 – Conforme o Imea, as lavouras de soja no Estado estão em ótimo desenvolvimento, com um clima extremamente favorável para a cultura até então. Desta forma, as 25,7 milhões/t projetadas para serem colhidas, a cada dia que passa está mais perto de virarem realidade. No cenário mundial, há uma queda de braço entre uma grande oferta do produto com uma demanda extremamente agressiva, que deve deixar os preços estáveis, porém, provavelmente menores que os da safra passada. O Estado já comercializou quase 50% da produção estimada para 2013/14 com um preço inferior ao da safra anterior, não tendo perspectivas animadoras para o preço físico nos primeiros meses do ano, devido à pressão da safra, que até o momento mostra que será muito boa em todo o Brasil. Desta forma, se a projeção de mais de 88 milhões/t do país for confirmada, pressionará os preços internos para baixo. Outro fator que infelizmente ainda irá figurar no cenário do agronegócio no Estado é a falta de logística, porém, com algumas modificações, como é o caso do terminal ferroviário de Rondonópolis e a entrada de operação do terminal de cargas de Miritituba, no Pará. “Assim, as expectativas para 2014 são boas para a produção, porém os produtores e todo o setor deverão ter vários desafios para conseguir obter lucratividade com a oleaginosa, no próximo ciclo. Fonte: Diário de Cuiabá (foto: Só Notícias/Agronotícias)

Nenhum comentário:

Postar um comentário