terça-feira, 16 de agosto de 2016

Mercado de suínos se sustenta entre realidades opostas no PR

Mercado de suínos se sustenta entre realidades opostas no PR





Mercado de suínos se sustenta entre realidades opostas no PR
16/08/16 - 11:38 


A alta no preço do milho e a baixa remuneração do suíno vivo no primeiro semestre de 2016 mexeu com a suinocultura no Paraná, terceiro maior produtor do Brasil, com 542,2 mil toneladas em 2015.
De acordo com a Embrapa, o custo de produção saltou 16,5% no início deste ano, enquanto o preço pelo suíno vivo cresceu 7%. “É como se estivéssemos pagando para trabalhar”, afirma Jorge Rambo, que vende 4 mil suínos por semana em Entre Rios do Oeste, a 70 km de Toledo.
Atualmente, a ração é responsável por mais da metade dos custos de produção, sendo que o milho é o insumo mais utilizado. Em janeiro, o cereal custava R$ 23 por saca. Em maio, o valor chegou a R$ 60; e nesta semana está R$ 37.
O cenário é descrito como caótico pelos produtores, principalmente os independentes. No Paraná, existem 135 mil criadores de suínos, sendo 30 mil deles em escala comercial. Destes, 75% são integrados e 25% independentes, segundo dados da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).
“O momento não é dos melhores. No entanto, não está fácil para nenhum setor”, afirma o presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), Jacir José Dariva.
Perspectivas positivas
Influenciada por fatores externos, a suinocultura vive de ciclos. Embora a atual crise seja considerada uma das piores dos últimos anos, muitos produtores minimizaram os problemas com planejamento. É o caso de Ivacir Cerutti, de Toledo. Ele e a família têm granjas e plantam milho. Em vez de aproveitar o bom momento do grão para vendê-lo, Ivacir resolveu transformar tudo em carne. “Tenho milho para um ano. Trabalho com um intermediário que me garante renda. Não sentimos a crise”, conta.
O produtor Jorge Rambo também tem uma estratégia para sobreviver: parcerias. “Tenho milho estocado para duas semanas”, afirma. Mesmo correndo atrás do cereal, ele tem um destino garantido para parte da produção. “Dos 4 mil animais, 3 mil vão para uma empresa parceira e o restante é colocado no mercado livre. Ganho menos, mas garanto estabilidade”, explica.

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