sexta-feira, 24 de maio de 2019

Ibovespa tem 3ª queda seguida, mas fecha semana com forte alta; JBS avançou 4,27%



Publicado em 24/05/2019 19:12


SÃO PAULO (Reuters) - A combinação de volatilidade e baixo giro financeiro prevaleceu na bolsa paulista nesta sexta-feira, uma vez que a espera por novidades em relação à reforma da Previdência tirou o apetite de investidores para montar operações mais firmes.
O Ibovespa, referência do mercado brasileiro, caiu 0,3%, a 93.627,80 pontos. Na semana, o índice acumulou alta de 4,04%, mesmo após três sessões seguidas de leve declínio. O giro financeiro somou 11,8 bilhões de reais.
A cena política doméstico seguiu no radar numa semana recheada de decisões no Congresso, que aumentaram a confiança dos investidores sobre o empenho dos parlamentares em avançar com as pautas em andamento, em especial a da reforma da Previdência.
"As notícias que temos já estão precificadas, o mercado está esperando por novidades sobre a reforma (da aposentadoria)", afirmou o estrategista-chefe da consultoria independente de investimento Levante, Rafael Bevilacqua.
Nesta sexta-feira, o secretário especial de Trabalho e Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho, disse que uma medida provisória para combater fraudes previdenciárias pode ser votada no Congresso Nacional na próxima semana e se declarou otimista com as chances de aprovação da reforma da Previdência.

No front externo, os principais índices de Wall Street tiveram alta após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prever um rápido final para a guerra comercial com a China, mesmo sem previsão para uma nova rodada de negociação. Trump disse ainda que as reclamações dos EUA contra a Huawei podem ser resolvidas dentro da estrutura de um acordo. Na segunda-feira, as bolsas de Nova York ficarão fechadas devido ao feriado Memorial Day.
DESTAQUES
- BRASKEM recuou 3,9%, tendo de pano de fundo receios de investidores de possível interrupção das negociações de venda da empresa para a LyondellBasell, após a companhia ser acusada por afundamentos de solo em Maceió devido às suas operações de mineração de sal-gema.
- SUZANO declinou 7,39%, liderando as perdas do Ibovespa, em seu menor valor de fechamento desde 12 de novembro.
- GOL subiu 5,16%, na quinta sessão seguida de ganhos, na semana em que o Senado aprovou a medida provisória que autoriza até 100% de capital estrangeiro em companhias aéreas. O texto vai à sanção presidencial.
- JBS avançou 4,27%, diante de perspectivas de maior demanda de carne pela China devido ao surto de febre suína africana naquele país. Na véspera, o Brasil enviou uma lista com 30 fábricas frigoríficas candidatas a exportar para a China. A expectativa é que a resposta saia em 30 dias, segundo a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
- NATURA terminou em alta de 3,79%, recuperando terreno em relação à queda de 8,54% na sessão anterior, após o anunciar acordo para comprar a norte-americana Avon, criando o quarto maior grupo de beleza do mundo.
- PETROBRAS PN avançou 0,97% e PETROBRAS ON valorizou-se 0,21%, acompanhando a alta dos preços do petróleo no exterior, na esteira de notícia de que o conselho de administração da estatal aprovou o modelo de venda adicional de sua participação na BR Distribuidora. A ação da distribuidora perdeu 0,26%.

Dólar tem maior queda semanal em quase 4 meses com sinais melhores do lado político

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar registrou expressiva queda ante o real nesta sexta-feira e teve a maior baixa semanal desde fevereiro, após dias de descompressão de prêmios de risco diante de sinais positivos sobre a reforma da Previdência.
Apesar de a articulação do governo com o Congresso seguir prejudicada, analistas preferiram se apegar aos sinais emitidos por membros do Congresso de que a reforma das aposentadorias será aprovada a despeito de eventuais ruídos entre Legislativo e Executivo.
O relator da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara, Samuel Moreira (PSDB-SP), disse que o parecer respeitará a estimativa de economia de 1 trilhão de reais em uma década. O comentário veio depois de o ministro da Economia, Paulo Guedes, dizer que renunciará se a proposta do governo se tornar uma "reforminha".
O presidente da comissão especial, Marcelo Ramos (PR-AM), disse à Reuters que a reforma sairá com ou sem Guedes e que a intenção é blindar a reforma.
Projetando aprovação da reforma da Previdência na comissão especial ainda neste semestre e pelo Congresso até o fim do ano, o Citi se posicionou recentemente via estratégia "put spread" de dois meses considerando taxas de câmbio de 4,00 reais e 3,85 reais, à espera de desvalorização do dólar.
"Pretendemos ficar ainda mais agressivos do lado positivo quando a comissão estiver prestes a aprovar a reforma da Previdência, possivelmente no fim de junho", disseram estrategistas do Citi em nota desta sexta-feira.
Nesta sexta, o dólar à vista caiu 0,78%, a 4,0160 reais na venda.
Na semana, a cotação caiu 2,09%. É a primeira queda semanal depois de seis altas consecutivas e a mais forte desde a baixa de 2,91% da semana finda em 1º de fevereiro.
Na B3, o dólar futuro recuava 0,56% nesta sexta-feira, para 4,0220 reais.
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Fonte: Reuters

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