Publicado em 29/08/2019 19:24
NOVA YORK (Reuters) - Os mercados de ações dos Estados Unidos subiram mais de 1% na quinta-feira, impulsionados por ganhos nos setores industrial e de tecnologia, sensíveis a questões comerciais, conforme a China expressou otimismo sobre as negociações tarifárias com os EUA, o que ajudou a amenizar preocupações de que crescentes tensões pudessem levar a uma recessão.
O Ministério do Comércio da China disse que os dois lados estão discutindo a próxima rodada de negociações programada para setembro, mas o progresso será determinado pela possibilidade de Washington criar condições favoráveis.
Já o presidente dos EUA, Donald Trump, disse em entrevista à Fox News que as negociações comerciais agendadas para quinta-feira estão "em um nível diferente", mas não forneceu detalhes.
Alguns analistas ponderaram que os comentários da China eram pouco substanciais e apontaram ajustes de fim de mês como suporte aos ganhos de Wall Street.
"Parece-me mais uma caminhada lenta", disse Thomas Martin, gestor sênior de ativos na Globalt Investments em Atlanta. "Mas claramente está na hora de não aumentar mais (as compras de ações)", completou.
O índice Dow Jones subiu 1,25%, para 26.362,25 pontos. O S&P 500 ganhou 1,27%, para 2.924,57 pontos. E o Nasdaq Composto teve alta de 1,48%, para 7.973,39 pontos.
Ainda assim, os três principais índices estão a caminho do pior desempenho mensal e o primeiro declínio mensal desde a onda de vendas de maio, devido à preocupação de que a intensa batalha comercial entre as duas maiores economias do mundo leve a uma recessão global.
Guerra comercial diminui perspectivas para operações comerciais dos EUA na China
- WASHINGTON (Reuters) - Empresas norte-americanas com negócios na China ainda estão lucrando no país asiático, mas 81% dizem que as crescentes tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo afetaram suas operações comerciais, mostrou uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo Conselho Empresarial EUA-China (USCBC, na sigla em inglês).
Isso marca um aumento de oito pontos percentuais em relação a 2018, disse o grupo, que representa mais de 220 empresas norte-americanas.
O presidente do USCBC, Craig Allen, ex-alto funcionário do governo dos EUA e especialista em China, pediu aos governos norte-americano e chinês que retornem à mesa de negociações para acabar com as tarifas retaliatórias e evitar danos duradouros às relações bilaterais.
A próxima rodada de tarifas dos EUA e da China entrará em vigor no domingo, em meio a uma guerra comercial que abalou os mercados globais e elevou os temores de uma recessão global.
Quase metade das empresas norte-americanas consultadas relatou ter perdido vendas e participação de mercado, principalmente como resultado de tarifas impostas pelos Estados Unidos e pela China. Muitos também citaram preocupações sobre sua capacidade de competir na China, dadas as vantagens que Pequim oferece a suas empresas domésticas e outras barreiras de licenciamento, investimento e administração enfrentadas por empresas estrangeiras.
As empresas norte-americanas também dizem que estão perdendo vendas porque seus clientes chineses veem cada vez mais as empresas dos EUA como parceiros comerciais não confiáveis, dada a volatilidade do relacionamento comercial bilateral, mostrou a pesquisa.
O estudo mostrou ainda que a China permaneceu entre os cinco principais mercados globais para empresas dos EUA por causa de seu tamanho comparativo, e 97% das empresas membros relataram aumento de rentabilidade na China em 2019, apesar da disputa comercial.
Allen disse que as empresas norte-americanas operam na China principalmente para atender o mercado doméstico, não para exportar para os Estados Unidos, e não há sinal de que planejam sair de lá, apesar da demanda do presidente dos EUA, Donald Trump, de que encontrem alternativas à China.
O aumento dos custos trabalhistas na China já levou algumas empresas norte-americanas com operações no país asiático a começarem a procurar fornecedores em outros lugares antes do início da guerra comercial em 2018, mas especialistas dizem que tarifas recíprocas aceleraram esses movimentos.
Fonte: Reuters
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