Publicado em 30/03/2020 16:23
ÃO PAULO (Reuters) - A segunda safra de milho 2019/2020 do Brasil deve registrar um recorde de 73,5 milhões de toneladas, avaliou a consultoria Céleres nesta segunda-feira, mantendo por ora sua estimativa apesar de preocupações com o tempo seco em algumas áreas.
O desempenho se deve à disponibilidade adequada de umidade do solo nos Estados de Goiás e Mato Grosso, e uma esperada reposição nos níveis de chuva em abril no Paraná e Mato Grosso do Sul.
"No Paraná e Mato Grosso do Sul, a situação (de chuvas) não é tão confortável... mas os mapas climáticos têm apontado para reposição de chuvas em abril que deverá trazer certo alívio", disse à Reuters Daniely Santos, analista de mercado da Céleres.
A partir de 1º de abril, uma frente fria avançará sobre o Rio Grande do Sul e trará chuvas para toda a região Sul e parte do Sudeste, afirmou nesta segunda-feira Marco Antonio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima, em boletim.
Nessa primeira quinzena de abril (ou) até o dia 20, há previsão de chuvas em todas as regiões produtoras tanto de milho safrinha quanto algodão, café... possibilitando condições excepcionais para o desenvolvimento das lavouras".
O milho segunda safra é o principal cereal cultivado nesta época do ano e tem Mato Grosso e Paraná como seus maiores Estados produtores.
A safra total de milho 2019/2020 do Brasil, incluindo a colheita de verão, foi estimada pela Safras & Mercado em 105,8 milhões de toneladas, na última semana, ante previsão de 104,75 milhões de toneladas divulgada no mês passado.
A consultoria Safras & Mercado elevou a projeção de colheita do cereal cultivado na primeira safra, para 23,2 milhões de toneladas, enquanto reduziu a perspectiva da segunda safra, a safrinha, para 73,8 milhões de toneladas. [nL1N2BK1IK]
PLANTIO E COLHEITA
A semeadura de milho segunda safra havia atingido 99% da área prevista para o centro-sul do Brasil até a última quinta-feira, informou nesta segunda-feira a consultoria AgRural.
Na soja, a colheita da safra 2019/2020 alcançou 76% da área cultivada, até a quinta-feira passada, avanço de dez pontos percentuais em uma semana.
O desempenho da colheita da oleaginosa está igual ao apurado um ano antes, mas supera a média registrada nos últimos cinco anos.
"O tempo seco tem favorecido o avanço dos trabalhos no Rio Grande do Sul, onde a quebra de safra já está consolidada e os produtores não esperam mais recuperação das produtividades."
Nas lavouras entre Maranhão, Tocantins, Piauí e oeste da Bahia, por outro lado, as chuvas frequentes dificultam a colheita em parte da região, embora os produtores sigam com as máquinas para evitar eventuais perdas de qualidade, disse a AgRural.
No início de março, a AgRural reduziu sua estimativa de produção de soja na safra 2019/20 do Brasil para 124,3 milhões de toneladas devido aos prejuízos por estiagem no Rio Grande do Sul, parcialmente compensados pelas boas produtividades de outros Estados.
Uma nova revisão da estimativa será feita no início de abril.
(Por Nayara Figueiredo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário