Publicado em 31/03/2020 07:38
PEQUIM (Reuters) - A atividade industrial da China expandiu inesperadamente em março após um colapso no mês anterior, mas analistas alertam que uma recuperação durável no curto prazo está longe de ser garantida já que a crise do coronavírus afeta a demanda externa e ameaça a economia.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial da China subiu para 52 em março ante a mínima recorde de 35,7 em fevereiro, informou nesta terça-feira a Agência Nacional de Estatísticas, acima da marca de 50 que separa crescimento de contração.
Analistas consultados pela Reuters esperavam uma leitura de 45,0 em março.
A agência atribuiu a recuperação inesperada no PMI à base de comparação muito baixa em fevereiro e alertou que a leitura não sinaliza uma estabilização da atividade econômica.
Essa visão foi ecoada por muitos analistas, que alertam para mais um período de dificuldades para as empresas e a economia da China devido à disseminação do vírus em todo o mundo e às medidas de contenção que estão sendo adotadas.
"Isso não significa que a produção está agora de volta à sua tendência anterior ao vírus, apenas sugere que a atividade econômica melhorou modestamente em relação à fraca leitura de fevereiro, mas permanece bem abaixo dos níveis anteriores ao vírus", disse Julian Evans-Pritchard, economista sênior da Capital Economics, em nota a clientes.
Economistas já preveem uma forte contração do Produto Interno Bruto da China no primeiro trimestre, com alguns esperando uma queda no ano de 9% ou mais --a primeira contração do tipo em três décadas.
O subíndice de produção acelerou a 54,1 em março de 27,8, mas nas novas encomendas de exportação ainda contraíram, embora tenham subido a 46,4 de 28,7 em fevereiro.
O setor de serviços, que responde por 60% do PIB da China, também registrou expansão da atividade, com o PMI oficial indo a 52,3 de 29,6 em fevereiro, mostrou outra pesquisa da agência.
(Reportagem de Stella Qiu, Lusha Zhang e Ryan Woo)
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