O mercado internacional da soja segue operando com baixas intensas no pregão desta segunda-feira (4). Os futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago, por volta de 14h (horário de Brasília), perdiam entre 12,50 e 14,50 pontos nos contratos mais negociados, com o maio valendo US$ 8,34 e o agosto, US$ 8,36 por bushel.
No Brasil, o dólar sobe mais de 2%, volta a se aproximar dos R$ 5,60 e continua se mantendo como o principal colchão para os preços da soja nacional. Segundo explicam os analistas da Agrinvest Commodities, a alta da divisa e a queda de uma série de ativos se dá com "o sentimento de que a recuperação econômica será mais letnta do que o inicialmente previsto e pela nova escalada das tensões entre EUA e China".
MERCADO INTERNACIONAL
A pressão maior, segundo analistas e consultores, vinha da preocupação com a demanda pelo produto nort-americano, principalmente diante de uma nova rodada de tensão entre China e Estados Unidos.
Na última quinta-feira (30), o presidente norte-americano Donald Trump afirmou que a fase um do acordo com os chineses teria sido colocado em segundo plano frente aos problemas causados pelo coronavírus. Mais do que isso, Trump ainda ameaçou a nação asiática com a possibilidade de mais tarifas.
No pregão da sexta-feira, 1º de maio, o impacto das declarações foi bastante limitado, com os traders recebendo, inclusive, a notícia de que a China teria comprado mais 264 mil toneladas no mercado norte-americano, com volumes para 2019/20 e 2020/21.
Como explicam analistas da consultoria internacional Allendale, Inc., há uma grande preocupação no mercado internacional também com a demanda interna norte-americana frente ao fechamento de algumas plantas frigoríficas também em função da Covid-19.
"Os traders continuarão a monitorar o espalhamento do vírus bem como qualquer nova movimentação e escalada das tensões entre China e Estados Unidos", diz a Allendale.
Da mesma forma, o mercado se atenta ainda ao avanço do plantio da safra 2020/21 dos EUA, com o novo boletim semanal de acompanhamento de safras que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz no final do dia.
As expectativas são de que a semeadura da oleaginosa esteja entre 16% e 18% da área estimada, contra 8% da semana passada. Para o milho, são esperados entre 45% e 48%. O clima tem favorecido o bom andamento dos trabalhos de campo e ajuda a pesar sobre as cotações.
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