sexta-feira, 26 de julho de 2013

26/07/2013 14:30

26/07/2013 14:30 Integração de cadeias para produção é chave para Brasil A integração das cadeias produtivas pode ser a alternativa do comércio exterior brasileiro para competir no novo cenário mundial e se aproveitar das mudanças da economia chinesa DCI - Diário do Comércio & Indústria Segundo o embaixador Clodoaldo Hugueney, "a negociação comercial do futuro é a consolidação de cadeias, e se você não participa de cadeias vai ficar difícil negociar", disse durante palestra realizada ontem em São Paulo. De acordo com o especialista, que foi oficial da embaixada do Brasil em Pequim até 2012, os países que estão integrados têm condições de avançar mais. Clodoaldo Hugueney ressalta que antes de o País partir para a integração primeiro será necessária uma mudança da política comercial e industrial para que não haja o fechamento de postos de trabalho. "Temos que nos prepararmos para um mundo que vai crescentemente nessa linha, os Estados Unidos estão procurando remontar suas cadeias com a Europa, a Zona do Pacífico... na realidade se você olhar o Mercosul, no início estava baseado na ideia de cadeias, mas a harmonização de políticas comerciais não evoluíram", disse. Ao ser questionado pelo DCI se a atual situação do Mercosul poderia atrapalhar a integração das cadeias brasileiras o especialista colocou que não. "O Mercosul tem que encontrar um modus vivendi nessa área de negociação, você oferece aos países acompanhar, integrar, fazer novos acordos. Se você não quer, não pode ficar amarrado, tem que se encontrar uma fórmula. O Brasil tem condição de consolidar cadeias na região da América do Sul inteira", disse. China O futuro da China tem sido um dos principais pontos de preocupação mundial. Segundo o embaixador Hugueney, essa apreensão é pertinente já que a economia chinesa é um investidor crescente no exterior e tem 30% de peso no Produto Interno Bruto (PIB) mundial. O crescimento chinês já registra resultados mais modestos, passando do patamar de 10% ao ano para 7,5% segundo dados recentes. "O governo [chinês] não esta forçando a marcha do crescimento. Ele está aceitando o crescimento mais baixo, ele sabe que ao forçar uma taxa de crescimento reduzido ele vai forçar ajustes que precisam ser feitos", colocou o embaixador. Ele explicou que a política econômica do gigante asiático tem a ver com rebalanceamento e mudança de modelo, colocando o foco no desenvolvimento do seu mercado consumidor e se preparando para um êxodo rural crescente. A economia tinha o investimento como grande motor, investimento do governo e segundo o comércio exterior, esses dois motores estão enfrentando claramente problemas, não há mais um Estados Unidos para importar da China e o Japão agora passa por uma restruturação, e do ponto de vista das exportações não há capacidade de demanda para sustentar altas taxas de crescimento", completou. Dentro dessas mudanças o Brasil pode ter vantagens. Segundo o embaixador, o processo de urbanização vai mudar os hábitos de consumo do país e o Brasil tem com a China um dos grandes casos de complementaridade. "Achar que é mal exportar matérias primas e produtos agrícolas é um erro, só exportar isso é uma outra questão mas a complementaridade sustenta um crescimento das exportações, os preços de algumas commodities se reduziram mas os de minério de ferro e Soja, por exemplo, não caíram tanto e isso é impacto da China com um nível de crescimento de 7%", colocou o embaixador. "Temos que olhar a China como oportunidade, é preciso refazer as analises estratégicas das empresas sobre a China, olhando para esta que está nascendo que é muito diferente da anterior", completou o especialista. Notícias de Economia

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