segunda-feira, 29 de julho de 2013

Cotação de grãos inicia 2ª feira em baixa na CBOT

Cotação de grãos inicia 2ª feira em baixa na CBOT 29/07/2013 07:30 Nesta segunda-feira (29), o mercado internacional da soja inicia a semana em queda, registrando mais uma sessão de baixa para os preços. Por volta das 7h40 (horário de Brasília), os futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago perdiam de 7 a 12,50 pontos nos principais vencimentos. O contrato novembro/13, referência para a safra norte-americana, era cotado a US$ 12,16/bushel. As cotações, segundo analistas, ainda refletem a baixa dos prêmios e preços no mercado físico norte-americano, além das boas condições de clima nos Estados Unidos que têm favorecido o desenvolvimento da nova safra. Assim, na sessão de hoje, os vencimentos mais distantes registram perdas mais expressivas. O mercado, além disso, dá continuidade ao movimento de baixa desencadeado na última semana, quando o contrato novembro chegou a perder 3,6%, registrando o menor preço desde 2 de fevereiro deste ano. A segunda-feira é de baixa também para os preços do milho na CBOT. Os futuros do grão recuam pelo 6º pregão consecutivo, extendo a baixa de 33 meses. O que pressiona as cotações, segundo analistas ouvidos pela agência internacional Bloomberg, é o bom cenário climático nos EUA. As previsões indicam que para os próximos dias as temperaturas devem se manter amenas, ficando abaixo dos 27ºC, principalmente nos dois principais estados produtores do país, que são Iowa e Illinois. Para agosto, institutos norte-americanos de meteorologia afirmam que o clima favorável deverá continuar. "Na maioria das áreas, as lavouras estão crescendo rapidamente e a produçaõ deverá se configurar maior e crescente. Nós poderemos ver até mesmo uma safra de milho chegando a 381 milhões de toneladas", disse o economista Dennis Gartman à Bloomberg. Só este ano, os futuros do milho já despencaram 32% frente à estimativa do USDA de que a produção de 2013 será, aproximadamente, 29% maior do que a registrada no ano passado, quando a produção foi atingida severamente pela estiagem. Veja como fechou o mercado na última sexta-feira (26): Após semana de severas quedas, soja fecha em alta na CBOT Nesta sexta-feira (26), os movimentos no mercado internacional da soja foram menos intensos do que os registrados ao longo da semana, porém, os preços operaram, durante quase todo o dia, em busca de uma direção mais definida. As cotações dos principais vencimentos fecharam a sessão regular com preços predominantemente do lado positivo da tabela, com queda pouco mais de 5 pontos apenas para o primeiro vencimento, o agosto/13, e altas de 4,75 a 8,50 pontos para os demais. Essa tentativa de consolidar uma recuperação depois de três dias consecutivas de baixas intensas, segundo explicou o analista da PHDerivativos, Pedro Dejneka, de Chicago, é "perfeitamente normal e natural". Porém, ele explica também que "a situação não mudou em nada e isso é apenas um momento para recuperar o folêgo e focar no que vem para a semana seguinte". Nos últimos dias, o forte movimento de vendas por parte dos produtores norte-americanos do que ainda resta da safra velha de soja dos EUA pesou sobre o mercado físico do país, causando, como mesmo disse o analista, uma "implosão dos preços e dos prêmios no mercado interno norte-americano", o que refletiu diretamente nas cotações em Chicago. Assim, a soja chegou a registrar seu menor patamar em 13 meses. Em algumas sessões, a oleaginosa chegou a operar em limite de baixa e o mercado do farelo também amargou dias de baixas severas, acompanhando o movimento do grão. "O que aconteceu essa semana foi drástico, mas não deve assustar ninguém. Apenas tivemos um ponto em que o que precisava acontecer para que fosse liberado um pouco da sustentação do contrato mais curto de soja, aconteceu", disse Dejneka. "O mercado físico deu sinais de que o produtor começou a vender", completou. O analista lembra ainda, porém, que a intensidade das oscilações dos últimos dias foram ainda mais expressivas dada a grande participação dos fundos especuladores no mercado. "Quando há a participação dos fundos, os movimentos tanto de alta quanto de baixa tendem a ser mais exagerados", disse. O mesmo disse Liones Severo, consultor de mercado do SIMConsult, sobre a atuação dos fundos. "A forte queda do mercado se deu por conta de fundos de investimentos que jogam no mercado como fossem gafanhotos na lavoura, e a força do capital que joga nas vendas, não oferecendo chance para ninguém atacar. Esses movimentos já aconteceram nos meses anteriores, mas nunca atingiram essa magnitude. Os meses de julho e início de agosto são os mais perigosos de acontecer essas jogadas dos financeiros. É fundamentalmente um jogo para sair de uma posição de opções vendidas a preços altos e -- na debulha do mercado -- formam posições de alta no médio prazo". Outro fator que pesou sobre os preços durante essa semana foram os boatos de que a China estaria liberando cerca de 3 milhões de suas reservas internas. A informação acabou atuando como um catalisador para as baixas, intensificando ainda mais o movimento negativo dos preços. "Esse 'boato', que até agora não foi confirmado, tem muito a ver com o movimento de baixa dessa semana. Temos a possibilidade de alguma confirmação de que isso não aconteceu e, caso isso aconteça, pode haver uma recuperação mais intensa do agosto. Afinal, o sentimento do mercado muda quando se começa a ouvir isso, porque eles [os chineses] não irão aos EUA buscar safra velha, e esses três milhões de toneladas são suficientes para cobrir as necessidades imediatas dos esmagadores locais pelo menos até meados de agosto, setembro. Até lá, eles têm mais soja da América do Sul chegando, a qual já compraram, e também poderiam começar a comprar a safra nova dos EUA caso seja necessário", explica. Para Severo, os preços da safra velha devem ficar entre US$ 13,00 e US$ 13,50 por bushel até setembro. "O mercado sempre sobe depois do dia 15 agosto", disse. Também para Stefan Tomkiw, analista da corretora Jefferies, de Nova York, os últimos movimentos de baixa registrados pelo mercado tiveram um "certo exagero, até porque a situação dos estoques ainda é muito apertada". O analista afirma ainda que apesar da janela de entrada da nova safra americana ser cada dia mais curta, há ainda uma perspectiva de muita volatilidade, principalmente para os contratos da safra velha. Sobre os fundos de investimentos, que ainda carregam muitas posições compradas, Tomkiw acredita que, nesse momento, eles esperam por uma definição mais clara sobre o desenvolvimento do clima para se decidirem sobre as mesmas. "Esses participantes esperam por uma consolidação maior das previsões climáticas do mês de agosto para definir uma decisão mais concreta de reduzir essas posições ou não", diz. Para Paulo Molinari, analista da Safras & Mercado, esse intervalo deverá ser de US$ 12,50 e US$ 13,00 para o contrato setembro. "Nós ainda temos um agosto climático bastante nervoso, mas ainda há chance de os preços voltarem um pouco", acredita. Em poucos dias, o mercado já deverá voltar suas atenções para o contrato novembro, que é referência para a safra norte-americana, com o agosto em poucos dias entrando em seu período de entrega. "O contrato de novembro, mesmo com um clima relativamente normal nos EUA durante agosto, vai sofrer quedas bastante fortes e isso deve levar o março junto", acredita o analista. Até lá, porém, o mercado já contará com uma definição mais clara da nova safra dos Estados Unidos, bem como alguns novos dados de demanda e, a partir daí, o mercado deverá começar a se focar no desenvolvimento da nova safra da América do Sul, a qual já conta também com boas expectativas. Fonte: Notícias Agrícolas

Nenhum comentário:

Postar um comentário