sexta-feira, 29 de novembro de 2013
29/11/2013 - 18:22
29/11/2013 - 18:22
Fazenda em Mato Grosso da massa falida Boi Gordo vai a leilão por R$ 11 milhões
De Sinop - Alexandre Alves
A Fazenda Buriti, com sede em Chapada dos Guimarães, de propriedade da massa falida de Fazendas Reunidas Boi Gordo, será leiloada no dia 9 de dezembro. O lance inicial da propriedade de 1.085 hectares será de R$ 11 milhões. Outras seis áreas irão a leilão no começo de 2014.
Segundo o síndico da massa falida e advogado nomeado pelo juiz para conduzir o processo de falência, Gustavo Henrique Sauer de Arruda Pinto, a expectativa é que o sucesso obtido nos leilões realizados em 2011 se repita.
"Naquele ano, as fazendas foram vendidas com ágio de até 70%. Considerando que o preço da terra sofreu, desde então, uma valorização, devido ao alto do preço das commodities, a nossa expectativa por bons resultados é muito grande”, comentou.
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Outros leilões estão programados para ocorrer no começo de 2014, quando deverão ser colocadas à venda outras seis fazendas da massa falida, avaliadas em cerca de R$ 80 milhões. O dinheiro obtido com a venda das fazendas será utilizado para o pagamento dos credores das empresas falidas do grupo Boi Gordo.
Sobre a Fazendas Reunidas Boi Gordo S/A
A Boi Gordo afundou com dívidas de R$ 2,2 bilhões. Os quase 30 mil investidores conseguirão reaver apenas uma parte do dinheiro que aplicaram. Atualmente, a massa falida tem em caixa aproximadamente R$ 50 milhões como produto do arrendamento de propriedades e da venda de outras fazendas. Com a venda das demais propriedades, estima-se que se possa obter um valor superior a R$ 400 milhões. Os credores trabalhistas e fiscais têm preferência no pagamento e possuem créditos que podem superar R$ 150 milhões.
O pagamento dos credores trabalhistas deverá ser feito no primeiro semestre de 2014 e dos demais credores após os próximos leilões, em percentual, maior ou menor, dependerá do valor que vier a ser arrecadado com a venda das fazendas remanescentes e não deverá ocorrer antes de 2015.
A empresa oferecia aos investidores contratos de investimento que prometiam retorno de 42% em 18 meses. Os ganhos viriam tanto da engorda do boi para abate quanto do crescimento de bezerros. Mais tarde descobriu-se que a empresa funcionava como uma pirâmide, pagando os contratos vencidos com o dinheiro da entrada de novos investidores. Os rendimentos oferecidos não refletiam o lucro com a atividade pecuária. Quando os saques superaram os investimentos, a pirâmide desmoronou.
A notícia de que o negócio não ia bem se espalhou e milhares de clientes resgataram o dinheiro. A Boi Gordo declarou ter 100 mil cabeças de gado no pasto, mas deveria ter pelo menos dez vezes mais, de acordo com os valores recebidos dos investidores. A situação ficou insustentável e, em 2001, entrou em concordata e foi vendida para os grupos Golin e Sperafico no final de 2003, tendo a falência decretada pela Justiça em 2004 e os seus efeitos estendidos para as demais empresas do grupo e para o seu administrador em 2006, informa a assessoria da massa falida.
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