quinta-feira, 31 de julho de 2014

Abiove não confirma acordo para prestação de serviços envolvendo a soja intacta

31/07/2014 07:55 Soja Colheita 2012 (divulgação) / A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) confirmou ontem que até momento não ter chegado a um acordo com a Monsanto para prestação de serviços envolvendo a soja Intacta RR2 PRO™. Em nota, a entidade que representa as indústrias processadoras de soja, “comunica com apreensão” a ausência de cooperação por parte da multinacional. “Reiterando seu compromisso de transparência com a cadeia produtiva e com o mercado em geral e, compartilhando da preocupação dos produtores agrícolas do Brasil com a aproximação do período de plantio da safra 2015, reforçamos que a entidade vem negociando com a Monsanto, há cerca de seis meses, a prestação de serviços de monitoramento, com o objetivo de contribuir para a segurança da cadeia produtiva no País. Porém, em função de manifestações da Monsanto no sentido de que poderá intervir indevidamente nas atividades das associadas à Abiove, o acordo não foi possível, o que prejudica qualquer garantia de recebimento de soja Intacta RR2 PRO™ por parte das empresas associadas dados possíveis riscos jurídicos envolvidos no recebimento”. A entidade representa as indústrias brasileiras processadoras de soja. A preocupação em relação à variedade se tornou oficial, via Abiove, no dia 16 desse mês. Em outro comunicado, a entidade expressava sua preocupação o plantio e a comercialização da soja Intacta RR2 PROTM para a safra 2015, cujo plantio se inicia em setembro de 2014. O Diário tentou retorno junto à Monsanto, mas não obteve respostas. A variedade, como divulgou a Monsanto em outras oportunidades, traz resultados de produtividade sem precedentes, devido às tecnologias avançadas de mapeamento genético, proteção contra as principais lagartas que atacam a cultura da soja e tolerância ao glifosato proporcionada pela tecnologia Roundup Ready (RR). Como alertou a Abiove, “a falta de consenso sobre o tema poderá fazer com que as empresas processadoras não possam receber a soja Intacta dos sojicultores, em razão de dúvidas sobre eventuais embaraços no seu processamento e comercialização. Com a proximidade do planejamento de plantio da safra 2015, essa situação de incerteza causa sérios desconfortos a todos os envolvidos na cadeia produtiva, gerando riscos ao comércio internacional e à balança comercial brasileira. As exportações do complexo soja deverão alcançar US$ 29,2 bilhões em 2014”. Sugestão – Como explica a Abiove, o objetivo do sistema de monitoramento do recebimento da soja Intacta é assegurar que o desenvolvedor da tecnologia seja remunerado e possa continuar investindo na pesquisa de melhoramento genético. Os compradores de soja se dispõem a prestar serviços remunerados de controle dos recebimentos de grãos. Esses agentes econômicos, entre eles a indústria, registrariam no sistema os volumes declarados pelo produtor de soja Intacta e os comparariam com os créditos referentes ao pagamento de royalties pela compra da semente ou pelo uso autorizado de semente salva. Exemplo: soja que o produtor guardou da safra 2014 para uso como semente salva na safra 2015. Os lotes informados pelo produtor como não sendo soja Intacta seriam objetos de teste. Se fosse constatada a presença da tecnologia Intacta, os compradores fariam a retenção do valor correspondente aos royalties, valor este que seria repassado à Monsanto.”A Abiove reafirma seu comprometimento com a harmonia na cadeia produtiva e garante ao setor de soja no Brasil que continuará firme em seus esforços e que permanece aberta às negociações com a Monsanto, desde que não envolvam interferências indevidas nas atividades das empresas brasileiras”, finaliza a nota. Fonte: Diário de Cuiabá (foto: divulgação)

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